O governo federal pretende revisar a meta de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2015, prevista no Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), informou na quinta-feira, 8 de abril, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A revisão do plano será feita em setembro e deve trazer uma meta mais ambiciosa, na qual estará previsto um desmatamento menor do que os 6,5 mil quilômetros quadrados (km²) estimados atualmente.
As quedas sucessivas do desmatamento no bioma são os principais motivos da aposta otimista. Entre agosto de 2008 e julho de 2009, os satélites registraram 7 mil km² de desmatamento, a menor taxa anual já registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde o início da série histórica do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), em 1988.
“Será uma revisão bastante significativa. O quanto, eu ainda não posso dizer, porque depende de estudos e avaliações dessa tendência de queda”, garantiu a ministra.
De acordo com a nova chefe da pasta ambiental, a taxa atual (7 mil km²) já é menor que a meta que deveria ser alcançada ao final deste ano, de cerca de 9 mil km² de desmate. “Nossa expectativa é chegar no final de 2011 já muito abaixo da meta de 2015 [de 6,5 mil km²]”, projetou.
A expectativa de Izabella é levar os novos números para a 16ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 16), em Cancún, no México, em dezembro. “Poderemos ir a Cancún já com um dado mais consolidado. Talvez com metas muito mais ambiciosas do que as que nos propusemos ano passado”, concluiu a ministra.
Novos números
A Amazônia perdeu uma área de pelo menos 208,2 quilômetros quadrados (km²) nos meses de janeiro e fevereiro de 2010, segundo informou na quinta-feira (8) o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe. A medição considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva.
(Redação EcoD, 10/04/2010)