Organizações da sociedade civil anunciaram novas mobilizações conjuntas contra o uso de transgênicos na agricultura e na alimentação. Depois de protagonizar no ano passado, em Zaragoza, o maior protesto contra os transgênicos na Europa, a situação da Espanha segue sendo desastrosa.
Frente à postura do governo espanhol de defesa dos interesses das transnacionais em relação à liberação da batata transgênica, a sociedade espanhola mostrará sua rejeição através de uma grande manifestação no dia 17 de abril
Em março, se apresentou a nova edição da Declaração da Sociedade Civil contra o uso de transgênicos na agricultura e na alimentação, com o apoio de mais de 500 cientistas, docentes e representantes de diversos setores sociais.
A Espanha segue sendo o único país da União Européia que cultiva transgênicos em grande escala, e é um dos poucos a apoiar a Comissão Européia para que aprove o cultivo da batata Amflora, modificada geneticamente para uso industrial. Em 2009, a Espanha cultivou mais de 76 mil hectares de milho transgênico e abrigou a metade dos ensaios experimentais ao ar livre com esses perigosos cultivos. Tudo isso em uma situação de absoluta falta de transparência e controle. Frente a essa posição, países como França, Alemanha, Austria, Grécia, Luxemburgo, Irlanda, Polônia, Hungria e Itália colocaram um freio aos transgênicos em seu território.
Frente a esta situação, a sociedade civil segue se mobilizando e, coincidindo com o Dia Internacional da Luta Camponesa, vai protagonizar uma nova manifestação em Madrid, com o lema “Por uma alimentação e uma agricultura livres de transgênicos”.
A Espanha exerce atualmente a presidência da União Européia, por isso sua responsabilidade em relação aos transgênicos durante esses meses é muito maior. Nas semanas prévias, serão organizados protestos e ações informativas e reivindicativas nas ruas, supermercados, conferências, projeções de filmes, debates e reuniões com agentes sociais. O eixo comum destas mobilizações é o enérgico protesto contra a imposição dos transgênicos a nossa agricultura e alimentação.
(MST, 09/04/2010)