De olho na consolidação de uma política nacional de energia renovável, o Greenpeace entregou nesta terça-feira um manifesto na Câmara dos Deputados pedindo que o projeto de lei 630/2003 seja votado ainda este ano.
Proposto em setembro do ano passado pela Comissão Especial de Energias Renováveis, o projeto prevê a criação de um fundo para fomentar o desenvolvimento das energias alternativas, entre outros incentivos no uso dessas fontes.
O PL está paralisado na fila de votação do plenário da Câmara dos Deputados desde novembro do ano passado graças ao Democratas e ao lobby da indústria do carvão, atrasando o desenvolvimento da indústria do futuro.
O manifesto, assinado por 44 entidades, foi entregue ao relator da Comissão Especial, o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), e ao presidente da Comissão, o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que encaminhou uma cópia do documento ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Manifesto por uma Política Nacional para Energias Renováveis
Nosso país possui um enorme potencial a explorar em energias renováveis, com o qual poderá gerar energia limpa para as atuais e futuras gerações, garantir empregos e ajudar no combate às mudanças climáticas, com a redução da emissão de gases de efeito estufa.
Em 2009 o potencial energético proporcionado por fontes renováveis não passou de oito por cento do total de energia gerada no Brasil, exceção feita às grandes hidrelétricas, cuja implantação causa impactos enormes e desnecessários ao meio ambiente e às populações do entorno dos reservatórios.
Para inverter este cenário, é necessário que as fontes renováveis sejam incluídas nas atividades de interesse da política científica, tecnológica e industrial do país. Para tanto, deve-se estabelecer uma estrutura regulatória sólida, vinculada à criação de uma política consistente de incentivo que permita o seu crescimento constante nas próximas décadas, contemplando parques eólicos, energia solar, centrais termelétricas a biomassa e gases provenientes do tratamento de esgotos e resíduos urbanos sólidos.
A consolidação de um mercado de renovável consistente só será possível com o estabelecimento de uma política nacional para energias renováveis. Esta política já foi proposta em setembro em formato de lei pela Comissão Especial de Energias Renováveis, mas o projeto de lei PL 630/2003, relatado pelo atual líder do Partido dos Trabalhadores, o deputado federal Fernando Ferro, está paralisado na Câmara dos Deputados.
Aprovar o projeto de lei permitirá ao Brasil preparar-se para uma economia de baixo carbono no futuro, compensará as emissões do pré-sal e proporcionará às gerações futuras uma segurança energética com saúde ambiental e econômica.
Nós, organizações não-governamentais, pesquisadores, sindicatos, associações de classe e setores produtivos, reivindicamos publicamente a aprovação do Projeto de Lei 630/2003, por um Brasil forte e sustentável.
Assinam o manifesto as seguintes entidades e indivíduos:
Greenpeace Brasil
WWF do Brasil
Instituto Vitae Civilis
ISA – Instituto Socioambiental
GTA – Grupo de Trabalho Amazônico
Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
Conservação Internacional - CI
SAPE – Sociedade Angrense de Proteção Ecológica
ICLEI – Laura Valente
Organização Bio-Bras
Campanha 350.org
Organização Sócios da Natureza
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza
Instituto EKOS Brasil
Instituto Águas da Terra
Instituto Nacional de Engenharia Civil
Instituto Mineiro de Engenharia Civil
Organização de Políticas Sociais (OPOS)
Fórum Agenda 21 do Estado de Minas Gerais
GEDAE - Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas
INCT-EREEA – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energias Renováveis e Eficiência Energética da Amazônia
ABENS – Associação Brasileira de Energia Solar
ISES do Brasil – International Solar Energy Society do Brasil
URUTech Energia e Engenharia
Solágua Ind. Com. Ltda
Roberto Zilles - Instituto de Eletrotécnica e Energia - RG 6015235473 SSP/RS
João Alfredo Telles Melo, vereador em Fortaleza (PSOL)
Angela Vogel
Grupo Unicoba - Eugenio Gorgulho
Eber - Michel Eberhardt
Energia Essencial Ltda – Fernando Cunha
Baterias Tudor
UNASOL Energias Renováveis - Eng. José Augusto Lawisch
Engeart Ind. Com.
A Atual Aquecimento Solar – C. Danilo da Silva
Arq. Klaus Bohne
IUA - Vice presidente do Instituto Urbano Ambiental
Penha Vidros – Jorge Chakur Abduch
Kyocera Solar do Brasil – Isabelle de Loys
Centersol - Reinaldo André Clemente
Atelier O´Reilly - Patrícia O´Reilly
Davi Figueiredo Becker – Engº Civil e Gestor Ambiental
Eliana Di Donato Carosini
Luzonildo Leão da Silva - Bacharel em Ciência da Computação
(Greenpeace Brasil, 09/04/2010)