Relatos de moradores do Litoral Norte dão conta de que manchas escuras apareceram, no mar e na areia, de Mariluz a Cidreira em uma extensão de cerca de 26 quilômetros não contínuos. Ao percorrer a faixa de praia, Fepam diz que problema ocorre de Tramandaí a Cidreira e tem 13 quilômetros de extensão. Autoridades buscam uma explicação sobre o fato.
Paulo José Fernandes, 49 anos, pescador em Cidreira, conta que ficou apavorado quando retirou a rede do mar no início da manhã desta quinta-feira e viu os peixes pintados de piche. Ele diz que ontem mesmo já havia observado manchas na beira da praia.
— Minha rede está inutilizada e eu perdi 15 quilos de peixe. Não tenho como vender pescado com gosto de gasolina para as pessoas. E o pior: agora estou sem pescar e não sei quando esta situação vai se resolver.
O responsável pela fiscalização da Fepam, no Litoral Norte, Mattos'Além Roxo, informou que ainda está percorrendo o Litoral, em direção ao Sul, para verificar o problema.
— A Petrobras nos confirmou que não houve nenhum derramamento nas boias ou nos terminais de descarregamento de petróleo da empresa. Trabalhamos com a hipótese de que tenha havido algum vazamento da lavagem de um tanque de navio. Pode ser também que eu tonel carregado de óleo tenha caído de alguma embarcação.
Roxo explica ainda que o óleo tem uma espécie de DNA que, ao ser analisado, pode ter a origem identificada. Esta análise ainda não tem prazo para ficar pronta.
A Brigada Militar confirma a existência de manchas não contínuas de óleo ao longo de dois quilômetros da praia de Cidreira no Litoral norte. Ainda não se sabe a causa, mas a patrulha ambiental acredita que o material deve ter vazado de algum navio que passou pela costa nos últimos dias.
— Não temos indícios de que esteja ocorrendo algum vazamento no momento e, pelas características, pensamos que essas manchas são mais antigas. Iremos investigar com a Marinha se algum navio registrou perda de óleo nos últimos 15 a 10 dias — afirma o responsável pelo 1º Comando da Patrulha Ambiental Rodrigo Gonçalves dos Santos.
A Petrobras ainda não se manifestou oficialmente.
Está marcado para as 14h um sobrevoo da equipe da Fepam e da Brigada Militar sobre o local para ver até onde vai estrago dentro do mar.
(Zero Hora, 08/04/2010)