Fazer o levantamento florístico e o resgate de sementes, mudas ou pedaços de plantas com capacidade de reprodução (propágulos). Com esse objetivo, especialistas que trabalham na Embrapa – empresa contratada pela Usina Hidrelétrica Jirau para fazer o monitoramento da flora no entorno da obra – concluíram a primeira etapa dos trabalhos no último dia 27, no Ramal do Arrependido, região de Porto Velho. No local, a equipe composta de quatro profissionais retirou amostras de várias espécies, que serão enviadas a herbários de algumas instituições, além demudas e sementes, que serão destinadas para os dois viveiros da UHE Jirau, para o reflorestamento do canteiro de obras e da APP (Área de Preservação Permanente) do futuro reservatório.
Dando continuidade à implementação desse programa ambiental, uma campanha de campo foi realizada entre os dias 15 e 30 de março. Os levantamentos foram feitos em comunidades ao longo do rio Madeira, nas regiões de Jirau até a cachoeira do Paredão; no canteiro de obras da UHE Jirau; em Mutum-Paraná e no Ramal do Arrependido. No total, os especialistas realizaram 539 registros nesta expedição. Eles retomam as atividades no mês de julho, quando ocorre o pico da floração das árvores
O material coletado no entorno da UHE Jirau será encaminhado aos herbários da Embrapa/CENARGEN (DF), da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade Federal do Acre (UFAC), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), e três exemplares ficarão à disposição de cientistas e podem ser disponibilizados para herbários, caso seus administradores demonstrarem interesse.
Segundo Jairo Guerrero, gerente de Meio Ambiente da Energia Sustentável do Brasil, 70% das sementes e mudas coletadas serão usadas para a reprodução das plantas e reflorestamento das áreas degradadas. “É importante a identificação e coleta dessas matrizes, para a multiplicação das mudas e futuramente a recuperação do solo com o plantio dessas mesmas espécies, que são nativas da região”, explica.
Monitoramento
Numa das fases do monitoramento, as amostras são coletadas, prensadas e em seguida encaminhadas a uma estufa para desidratar e manter a característica da flor. Somente após esse processo, o material é destinado para herbários. Geralmente de uma espécie encontrada são feitas oito amostras.
Já o resgate de sementes e mudas, também chamado resgate de germoplasma (qualquer parte da planta com capacidade de produzir outra planta) representa outra fase importante no trabalho dos especialistas. Nesta ação, as sementes são preservadas para que produzam mudas de algumas espécies. 30% do material coletado ficam à disposição para pesquisas no laboratório de sementes em Brasília, e 70% retornam aos viveiros florestais do empreendimento.
“Fazemos a coleta de flores, brotos, arbustos, ervas e plantas aquáticas”, resume Glocimar Pereira da Silva, geógrafo da Embrapa e coordenador da equipe. “O conhecimento da flora é de suma importância, tanto para identificação das espécies e famílias mais abundantes na região, quanto para a preservação e conservação do germoplasma vegetal, que será guardado por séculos”, reforçando o compromisso da Usina Jirau na proteção da biodiversidade.
(Rondonia Dinâmica, 05/04/2010)