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amazônia Indígenas da Amazônia povos da amazônia
2010-04-06 | Tatianaf

Estudo indica que saída de povos ribeirinhos ao contrário do que se pode imaginar não melhora a conservação da floresta, mas sim abre caminho para a invasão de atividades devastadoras e para a especulação de terras

A urbanização pode estar tendo impactos inesperados sobre a Amazônia ao proteger regiões que sem a presença humana acabariam ficando vulneráveis à invasão de atividades preocupadas apenas com a exploração dos recursos da floresta, como a mineração. Essa é uma das conclusões do estudo “Rural-urban migration brings conservation threats and opportunities to Amazonian watersheds” publicado na semana passada no periódico Conservattion Letters.

A pesquisa, conduzida pelo cientista Luke Parry, da Universidade de Lancaster, atravessou mais de 10 mil quilômetros pelos rios da floresta e verificou que o despovoamento de determinadas regiões não era acompanhado pelo aumento da conservação ambiental esperada e que em muitas vezes resultava bem no contrário.

“Você pode pensar que com a saída das pessoas a preservação ficaria facilitada, uma vez que a terra abandonada estaria sendo devolvida para a natureza. Entretanto, nós descobrimos que não é bem assim. Apesar das plantas e animais não serem mais explorados pelos ribeirinhos, outras atividades comerciais entram em cena e prejudicam muito mais o meio ambiente”, afirmou Parry.

Segundo o pesquisador, a terra abandonada tende a ser ocupada por especuladores, que cortam as matas para estabelecer pastagem e assim poder vendê-la por valores mais altos.

“Quando as pessoas deixam as vilas, elas deixam para trás um vácuo. Se a área não é novamente ocupada, a floresta acaba exposta a atividades de grande escala de devastação ou, se são próximas às estradas, viram objetos de especulação”, explicou.

A rede de rodoviária brasileira na Amazônia está em rápida expansão. Rodovias como a recentemente pavimentada BR-319 tornaram viável o estabelecimento de grandes fazendas na região, aumentando o preço das terras e incentivando a especulação.

“Enquanto as comunidades possuem estratégias para usar os recursos de forma mais sustentável, as atividades comerciais que se apoderam de terras abandonadas não tem a mesma preocupação. A falta de presença do Estado e a escassez de leis de posse em zonas remotas facilitam a exploração impensada da floresta”, escreveram os autores do estudo, que, além de Parry, são Carlos A. Peres, Brett Day e Silvana Amaral.

Eles afirmam que os resultados encontrados lançam dúvidas sobre o argumento de alguns pesquisadores que defendem o despovoamento da Amazônia como uma ferramenta de conservação. Parry e seus colegas alegam que fornecer meios para que as populações rurais permaneçam em suas vilas e que usem os recursos da floresta de maneira sustentável é uma saída melhor do que retirá-los de lá. O pagamento por serviços ambientais poderia ser uma maneira de garantir isso.

“Para aquelas áreas que ainda não foram abandonadas, nós encorajamos os esforços para manter as pequenas comunidades, através da demarcação federal ou estadual de reservas habitadas. As populações ribeirinhas podem ser grandes agentes de proteção da biodiversidade”, concluíram os autores.

(Por Rhett A. Butler, Mongabay.com, Carbono Brasil, 05/04/2010)


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