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influenza gripe
2010-04-06 | Tatianaf

Os governos e as organizações internacionais não devem baixar a guarda na luta contra o vírus H5N1 da gripe aviária, recomendam especialistas. “Se a vigilância for reduzida, o problema voltará”, alertou em entrevista coletiva, na semana passada, David Nabarro, secretário-geral assistente e chefe coordenador do sistema da Organização das Nações Unidas para as influenzas humana e aviária. Estas declarações foram feitas às vésperas da Conferência Internacional Ministerial sobre Influenza Animal e Pandêmica, que será realizada na cidade de Hanói, no Vietnã, entre 19 e 21 deste mês. Será a sétima reunião desde 2004, e reunirá especialistas e ministros da Agricultura, Pecuária e Saúde de todo o mundo.

Nabarro disse que, sete anos depois do anúncio dos primeiros casos de influenza aviária no sudeste da Ásia, os governos finalmente se movem na direção correta para lutar contra a ameaça da pandemia. “Porém, também estamos pedindo aos governos que não diminuam os alertas e os programas de prevenção”, afirmou, e recomendando que não se caia no sensacionalismo e no pânico como quando a mídia fez a cobertura inicial da enfermidade.

O vírus H5N1 é um subtipo de Influenza A que pode causar doenças em seres humanos e em outras espécies animais. Desde 2003, quando foi registrado o primeiro caso no sudeste asiático, cerca de 150 milhões de aves de granjas morreram ou foram sacrificadas como parte das medidas sanitárias. Houve casos de humanos que se contagiaram pelo contato com aves. Até 31 de dezembro do ano passado, os registros indicavam 467 casos confirmados de pessoas com H5N1em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Acusado de alarmista em alguns setores devido à sua previsão de uma pandemia do vírus H5N1, Nabarro expressou preocupação sobre a pouca cobertura dos meios de comunicação sobre o vírus “Há cinco anos, tínhamos 700 jornalistas cobrindo nossas reuniões sobre o H5N1 em Genebra, porque o mundo estava muito preocupado sobre como o vírus causava estragos”, afirmou. Nabarro também insistiu em que “grande parte do esforço ainda deve ser feito pelos governos e pelas organizações internacionais não governamentais”.

Segundo o subdiretor do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Vietnã, Pham Ngoc Mau, Hanói faz o melhor que pode para conter a enfermidade. “Reconhecemos que o Vietnã não pode fazer isso sozinho, e precisamos cooperar com a comunidade internacional”, afirmou. Até o mês passado, este país havia registrado 59 mortes relacionadas com o H5N1 desde 2003. Assim, coloca-se, na região, atrás da Indonésia, com 135 mortes.

Diante do impacto do vírus no Vietnã, onde oito dos 11 milhões de famílias ligadas ao setor avícola foram severamente afetadas, o governo publicou um “Livro Verde” com planos de ação para conter o vírus. Entre as medidas, estão programas de vacinação grátis de aves, especialmente nas comunidades pobres afetadas, e fornecimento de recursos para que as famílias possam reiniciar seus negócios, explicou Pham Thi Hanh, do Ministério da Agricultura vietnamita. “Agora estamos em meio aos preparativos para o plano de ação 2010/15, e somos muito otimistas quanto a alcançarmos nossas metas”, acrescentou.

Após admitir que persiste o contrabando de aves nas fronteiras do Vietnã com China, Camboja e Laos, a funcionária assegurou que o Ministério trabalha estreitamente com a polícia para melhorar os controles. Por seu lado, Nabarro expressou seu desejo de que, na conferência do Vietnã, governos e especialistas em saúde e desenvolvimento possam identificar e reparar erros cometidos nos últimos anos. “Há três coisas nas quais devemos nos esforçar mais. Uma é assegurar a adoção de firmes medidas de biossegurança, que reduzam os riscos de infecção entre as próprias aves. Também precisamos de serviços veterinários mais eficientes”, disse à IPS.

Contudo, além destas medidas, é preciso melhorar os esforços de comunicação. Isto inclui campanhas para informar as pessoas sobre como reduzir os riscos de contaminação de aves, especificando as diversas espécies de animais em diferentes contextos, bem como a prevenção do contágio de humanos. “Isto tem o objetivo de permitir às pessoas entender melhor os riscos associados com o vírus e responder apropriadamente”, acrescentou Nabarro.

O alto número de aves de criação na Ásia (em alguns países criadas em granjas e em outros, como a Tailândia, em grande escala) torna o continente mais vulnerável ao H5N1, explicou Nabarro. Por fim, insistiu que é melhor prevenir do que curar. “Não devemos baixar a guarda”, alertou.

(Por Lynette Lee Corporal, IPS, Envolverde, 04/04/2010)


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