Para amenizar as críticas das empreiteiras ao edital do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), o governo pretende abrir uma linha de crédito especial ao empreendimento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
O BNDES estuda melhorar as condições de financiamento da obra para atrair mais candidatos ao leilão. O banco pode financiar até 70% dos R$ 19 bilhões que a usina vai custar. A Eletrobrás teve que prorrogar até 7 de abril o fim das inscrições de empresas interessadas na licitação. Antes, a o término do prazo estava previsto para terça-feira passada. A mudança ocorreu porque apenas um consórcio se apresentou como interessado.
Entre as medidas que podem ser adotadas pelo banco, a mais provável é a extensão do prazo para pagamento do empréstimo. As usinas do Rio Madeira (RO) receberam financiamentos com prazo de 25 anos para devolução. Para a hidrelétrica do Xingu esse período pode ser ampliado em até 5 anos.
Co-responsabilidade
O anúncio dessa linha de crédito especial acontece uma semana depois de movimentos sociais da região do rio Xingu entregarem uma notificação ao presidente do BNDES.
Segundo o documento, se os eventos danosos anunciados nos pareceres técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre Belo Monte vierem efetivamente a ocorrer, o BNDES poderá ser cobrado por todos os custos decorrentes dos impactos da usina a fauna, flora e pessoas da região, quaisquer que sejam os seus valores, incluindo aqueles impossíveis de se avaliar.
(Amazonia.org.br, 05/04/2010)