A cadeia produtiva do café lidera os setores agrícolas nacionais com certificação ambiental.
– No café, isso já é consolidado – disse à Agência Brasil o secretário-executivo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Luis Fernando Guedes Pinto.
Segundo ele, no setor florestal de papel e celulose, o processo está bem avançado e mais de 25% da produção brasileira certificados. As principais plantações se localizam no Centro-Sul do país. Na cadeia da madeira sólida, especialmente na Amazônia, a certificação, ou selo verde, já é conhecida e apresenta potencial significativo de crescimento.
– Ali tem muito para crescer. A certificação tem um papel fundamental a cumprir lá, porque menos de 5% da madeira brasileira é certificada com esse selo.
O trabalho de certificação começa a crescer também na cadeia produtiva do cacau. No setor sucroalcooleiro, envolvendo principalmente o açúcar para produção de etanol voltado à exportação, as regiões Nordeste e Centro-Oeste e o estado de São Paulo lideram as áreas de expansão da certificação no país.
Guedes Pinto vê um cenário promissor em termos da certificação de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo), sobretudo no que se refere à cana-de-açúcar, soja e carne, porque são produtos que o Brasil exporta em grandes volumes e são cultivados em regiões de expansão, onde há grande preocupação sobre o impacto social e ambiental dessas atividades.
– E alguns mercados estão condicionando a compra desses produtos brasileiros a garantias socioambientais. E esse trio (açúcar/álcool, carne e soja) não tem como escapar disso.
Causar impacto positivo no campo é o principal propósito do mercado de certificação ambiental, afirmou o secretário-executivo do Imaflora.
– Que ele realmente contribui para a conservação do meio ambiente, a proteção da natureza. E ele tem um componente social também.
Segundo Guedes Pinto, os produtores certificados também consideram questões relativas aos trabalhadores rurais, garantindo que essas pessoas trabalhem em condições de segurança e saúde, com moradia.
– Enfim, com uma série de questões que [vêm com o] selo. Esse é o propósito da certificação.
Para o consumidor, é a garantia de estar comprando produtos ecologicamente corretos e socialmente justos.
– É uma garantia dele estar contribuindo também para isso. É importante dizer que o consumidor faz sua opção na hora em que compra, optando por um produto certificado de maneira consciente.
(Canal Rural, 01/04/2010)