Em visita ao país asiático, vice-ministro de Energia sugeriu cooperação, que deve ser selada na visita de Hu Jintao ao país, em abril
O Governo do Brasil propôs à China uma cooperação trilateral entre os dois junto a países da África para o cultivo e desenvolvimento do bioetanol, durante a visita ao país asiático do vice-ministro de Energia brasileiro, André Amado, que terminou nesta quarta-feira.
Na viagem de sete dias, que serviu para preparar a próxima visita oficial ao Brasil do presidente da China, Hu Jintao, Amado propôs aos responsáveis chineses do setor um projeto de colaboração no qual o Brasil poderia fornecer sua tecnologia, a China o capital e os países africanos interessados entrariam na parceria com terras de cultivo.
O Brasil já tem acordos "triangulares" deste tipo com os Estados Unidos (os cultivos nesse caso se situam no Caribe) e com a União Europeia em países africanos, e agora tentará se unir à China para o desenvolvimento do bioetanol, fonte de energia na qual o Brasil é pioneiro.
- O Brasil quer que o etanol seja um produto internacional. Ninguém vai querer depender desse produto se só um país o produzir - destacou a responsável de energia, ciência, tecnologia e espaço da Embaixada do Brasil em Pequim, Luciana Mancini, ao comentar a visita do vice-ministro.
Amado se reuniu durante sua estadia em Pequim com representantes dos setores energético, científico, tecnológico e espacial do Governo chinês. Em todos estes campos haverá acordos bilaterais durante a próxima visita do presidente Hu ao Brasil, nos dias 15 e 16 de abril.
Na visita, o Governo vai assinar com os chineses um plano de ação conjunta para os cinco próximos anos, "fixando aspectos fundamentais para a cooperação bilateral, incluindo os campos de energia, ciência e tecnologia", destacou Luciana.
No campo espacial, Hu e Lula assinarão acordos para o aumento da cooperação de suas instituições de pesquisa nesse campo, além de concretizar o lançamento, em 2011, do satélite conjunto "CBERS-3", quarto lançado pela parceria, e dedicado à monitoração de colheitas e desastres naturais, entre outras aplicações. Em energia, a segunda maior petrolífera chinesa, a Sinopec, e o Banco de Desenvolvimento da China assinarão acordos com a Petrobras para o aumento da cooperação entre as duas partes. Os detalhes serão conhecidos durante a visita de Hu. Essa parceria pode ser importante para a exploração das camadas do pré-sal, já que a China tem tecnologia e equipamentos avançados que poderiam auxiliar na retirada.
Outro acordo assinado entre os governos vai tratar da pesquisa em agricultura, e vai reunir a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Academia de Ciências Agrícolas da China.
(Efe / Zero Hora, 31/03/2010)