Hidrelétricas entre Brasil e Argentina somariam investimento estimado em até R$ 8 bilhões
Com a inclusão dos projetos das hidrelétricas Garabi e Roncador na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), o diretor de Engenharia da Eletrobras, o gaúcho Valter Cardeal, afirmou que as obras devem começar em 2012. Para ajudar a alcançar a meta ambiciosa, a Eletrosul, subsidiária da estatal no Sul, passou a atuar no apoio técnico e já planeja fazer estudo ambiental.
Situadas na fronteira do Rio Grande do Sul, as duas usinas desafiam há décadas os governos do Brasil e da Argentina. Empresas privadas participaram de estudos para tentar amenizar o impacto ambiental das barragens, que nos projetos originais afetariam cartões-postais como o Salto do Yucumã.
– Agora, existe a decisão política. Os dois países querem – explica Ronaldo Custódio, diretor técnico da Eletrosul.
Segundo Custódio, as primeiras providências práticas devem ser o estudo ambiental e o cadastro socioeconômico, para identificar a população afetada. Antes disso, porém, será preciso detalhar o projeto, que recentemente teve recomendação de redução de capacidade instalada em Garabi, de 1,8 mil megawatts (MW) para mil MW pela empresa privada CNEC, vendida no início do ano pelo grupo Camargo Corrêa para a australiana Worley Parsons.
– A CNEC tem um estudo, mas nós é que aprovamos – afirmou Custódio, explicando que a Eletrosul não tem delegação da Eletrobras para tocar o projeto, mas vai atuar no suporte.
Para iniciar a obra em 2012, será preciso vencer muitos obstáculos, dos quais o mais complexo deve ser o licenciamento ambiental.
– É um desafio. Porém, o governo brasileiro está querendo acelerar projetos hídricos para evitar a entrada de mais térmicas – avaliou Carlos Faria, coordenador do grupo de energia da Federação das Indústrias do Estado.
(Por Marta Sfredo, Zero Hora, 31/03/2010)