O autor do livro "O Ambientalista Cético" e professor adjunto da Copenhagen Business School, Bjorn Lombor, defendeu hoje (29) soluções "inteligentes" para que as pessoas se adaptem ao aquecimento global. Para ele, investir em medidas como compra de ar-condicionados e pintar as cidades de brancos seria mais eficaz do que diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
Lombor abriu o segundo dia do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima (FEED), organizado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O evento começou neste domingo (28) e acontece até terça-feira (30) em São Paulo.
Algumas das medidas eficazes e inteligentes, segundo Lombor seriam: pintar as cidades de branco para economizar energia e diminuir o calor decorrente do aumento da temperatura, tornar os ar-condicionados disponíveis para toda a população para diminuir o impacto do aumento da temperatura, modificar geneticamente bois e vacas para diminuir a emissão de gases que causam o efeito estufa da atividade pecuária, dentre outras.
Para ele, soluções que resultariam na diminuição das emissões de gases de efeito estufa seriam um desperdício de dinheiro e significariam paralisar o desenvolvimento dos países. Lombor acredita que o aquecimento global não é um problema que deveria preocupar o mundo. Ele ironizou a frase "como você quer ser lembrado pelas gerações futuras", utilizada por Al Gore em seu documentário sobre o aquecimento global, ao dizer que se o mundo investir 180 bilhões de dólares em redução de emissão de gases, será lembrado como a geração que investiu grande quantidade de dinheiro e não alcançou resultados.
Resolvendo o aquecimento global
Um dos pontos mais destacados por Lombor é que o aquecimento global iria salvar milhares de pessoas que deixariam de morrer por causa do frio. "Al Gore diz que, com o aumento da temperatura, pessoas vão morrer de calor. Não é muito difícil chegar a esta conclusão. Temos um estudo que diz que em cada ano vão morrer umas 2 mil pessoas por causa do calor, mas não dizem que, com o aumento da temperatura, menos pessoas vão morrer por causa do frio!". Segundo ele, somente no Reino Unido serão 20 mil mortes evitadas pelo calor.
O professor também deu a solução para salvar os ursos polares: parar de matá-los. Ele admite que o aquecimento global irá prejudicar também esses animais, mas afirma que diminuir as emissões não irá salvar mais do que 1 urso polar por ano. "Mas todos nós matamos, atiramos em cerca de 300 a 500 ursos polares. Não sei vocês, mas eu pensaria em uma solução mais eficiente como parar de atirar nesses ursos", explica.
Dessa forma, o palestrante tentou alertar o público de que o aquecimento global é um problema, mas não "é o pior do século". Segundo Lombor, a forma como esse tema é tratado pelos cientistas, ambientalistas e pela imprensa serve para causar terror nas pessoas. Mas, isso não representa uma tentativa de conspiração contra o mundo. "Eles querem o bem para o mundo, nós também queremos e vamos pensar em como fazer da melhor maneira", diz Lombor. Para ele, as propostas atuais envolvem muito dinheiro, não fazem bem e nem chegarão a ser implementadas.
Além disso, ele afirma que os acordos mundiais para redução de emissão nunca chegarão a ser cumpridos. Lombor diz que reduzir CO2 custa caro e a maioria dos países que prosperaram aumentaram suas emissões. "Um país rico produz mais CO2, mas se você tentar reduzir vai crescer menos". Para ele, a experiência com a ECO 92, realizada no Rio de Janeiro, e com o Protocolo de Quioto, mostrou que as metas não serão atingidas, já que os países não têm interesses em cumpri-las.
(Por Aldrey Riechel, Amazonia.org.br, 30/03/2010)