Mutirão realizado no fim de semana envolveu centenas de voluntários na eliminação de focos de larvas
Mais de 400 pessoas participaram, no fim de semana, de um mutirão para eliminar possíveis focos de larvas do mosquito Aedes aegypti, em Ijuí, no Noroeste. A Praça da República, no Centro, foi de onde partiram as equipes de voluntários, que percorreram 22 dos 37 bairros da cidade, visitando cerca de 22 mil residências.
Um mês após a confirmação dos primeiros registros de dengue no município, o número de notificações de casos se estabilizou, mas a Secretaria Estadual da Saúde ainda não descarta a possibilidade de novos surtos. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Estado, 3.128 casos foram registrados, sendo 2.250 em Ijuí.
Na semana passada, a população foi orientada a descartar em frente às residências todos os resíduos que possibilitassem o acúmulo de água. O comércio não abriu as portas no sábado à tarde para que os funcionários pudessem vistoriar minuciosamente os estabelecimentos, além de suas casas. Os organizadores estimam que o mutirão tenha atingido toda a população.
Os 15 caminhões, cedidos pelo Exército, Corsan e Secretaria de Obras, e outros cinco veículos recolheram e levaram para um aterro sanitário 70 cargas de resíduos.
O vigilante Cláudio Luiz Mânica se juntou aos voluntários. Visitando os bairros, ele verificou a grande quantidade de lixo que ainda restou.
– Acho que mesmo durante a semana, quem tem tempo, pode ajudar – disse.
O vigilante Dirceu Escandiel foi enfático e relatou que o mutirão depende do empenho da comunidade.
– Se as pessoas podem se unir para fazer festas, por que não para fazer o bem? – questionou.
Segundo o coordenador de campo da Vigilância Epidemiológica, Fabiano Dal Molin, o sucesso do mutirão poderá ser medido somente nas próximas semanas, quando poderá ser avaliada se a ação conseguiu reduzir – ou não – a ocorrência de casos. Ele explica que a aplicação de inseticida com fumacê é eficiente, mas extermina apenas o mosquito adulto e, para erradicar a doença, é necessário acabar com focos de larvas.
(Por Leila Endruweit, Zero Hora, 29/03/2010)