Primeira fase da obra, orçada em R$ 2,72 bilhões, deve integrar o PAC 2, programa que será lançado hoje pelo presidente Lula
No pacote de obras que o governo federal lança hoje, a seis meses da eleição presidencial, há um item que interessa diretamente aos gaúchos: a possibilidade de liberação de verbas para o metrô da Capital. Deputados da bancada gaúcha afirmam que a obra está na lista de ações da nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançada em Brasília pelo presidente Lula e pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
– Temos a informação de que serão destinados R$ 9 bilhões para obras de metrô em Porto Alegre, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro – diz o vice-presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT).
O PAC 2 será lançado com previsão de investimentos de mais de R$ 1 trilhão, e o anúncio será acompanhado por deputados gaúchos. A expectativa dos parlamentares é de que R$ 2 bilhões sejam destinados à obra em Porto Alegre. Cauteloso, o diretor-presidente da Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, afirma que, apesar da expectativa positiva, prefere aguardar o anúncio oficial. Mas adianta que, se confirmada, a obra deve ser executada por meio de parceria público-privada (PPP), com previsão de término em quatro anos.
O governo disponibilizaria os R$ 2 bilhões e outros R$ 724 milhões viriam do empreendedor ou consórcio vencedor da licitação, responsável pela construção e operação da linha. O modelo foi elaborado com base em estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, contratada pela Trensurb.
– Seria uma concessão de 30 anos, com preço da passagem estimado em R$ 2,50, incluindo integração com ônibus, o que, pelos cálculos da Fipe, gerará uma receita anual de R$ 350 milhões, o suficiente para pagar a operação e garantir ressarcimento ao longo desse período – informa o diretor-presidente da Trensurb.
O projeto segue estudos iniciados pela Trensurb, Metroplan e prefeitura em 2003 e conta com duas etapas, a primeira delas terá duas fases (confira mapa). Os primeiros 15,2 quilômetros, com traçado subterrâneo, devem beneficiar 372 mil pessoas por dia.
Uma segunda etapa, sem previsão, irá até o campus da UFRGS e retornará pela Antônio de Carvalho, Protásio Alves e Manoel Elias até o Terminal Sertório, totalizando 37,4 quilômetros.
(Por CARLA DUTRA, Zero Hora, 29/03/2010)