A violência contra as mulheres indígenas de sete entidades do país se acentua entre as que têm entre 15 e 59 anos de idade, revelou a Pesquisa de Saúde e Direitos das Mulheres Indígenas (Ensademi 2008, por suas siglas em espanhol), realizada entre 2006 e 2007, com 295,194 mil mulheres.
A pesquisa, a primeira do tipo, oferece um panorama do fenômeno da violência contra as mulheres usuárias dos serviços públicos da Secretaria de Saúde (SS) e do programa IMSS-Oportunidades, e revela que cerca de 26% das entrevistadas foram vítimas de violência em sua relação conjugal.
As mulheres, originárias de Chiapas, Oaxaca, San Luis Potosí, Querétaro, Veracruz e Yucatán, afirmaram que sofreram algum tipo de violência: psicológica, de negligência, física, econômica ou sexual por parte de seu par nos últimos 12 meses, no momento da entrevista: entre setembro de 2006 e março de 2007.
Chiapas: Altos índices de violência
A pesquisa ressalta que os Altos de Chiapas - uma das quatro entidades mais pobres do país - com altos índices de rejeição social e de pobreza, possui uma maior concentração de população jovem, com 72,73% das pessoas com menos de 40 anos, mas também é a região onde se registram os índices mais altos de violência.
34% das chiapanecas relataram golpes ou humilhações na infância, enquanto cerca de 2, em cada 5, afirmaram que sofreram maus tratos na infância. O mesmo padrão foi similar em relação aos casais, com 25,5% de chiapanecas que afirmaram serem vítimas de algum tipo de violência conjugal.
Na região de Costa y Sierra Sul somente se registrou 16% de prevalência da violência contra as mulheres. Sobre a severidade da violência conjugal, um total de 15,5% das entrevistadas relataram violência "não severa", enquanto 10,06% das mulheres disse que foi "severa".
Como violência "não severa" foram consideradas as feridas, intimidações, humilhações verbais, ameaças, ou quando o marido impede que a mulher receba o atendimento médico necessitado. A "severa" se refere à violência com arma de fogo ou objeto cortante, ou quando a mulher é forçada a manter relações sexuais.
A prevalência para cada um dos tipos de violência conjugal demonstra que a violência psicológica ainda é mais persistente: 21,09% das mulheres a relataram. Por outro lado, 9,83% foram físicas; 10,06% econômica; 6,12% de negligência; e 6,75% sexual.
(Por Anayeli García Martínez, Cimac, Adital, 27/03/2010)