Nova legislação, aprovada esta semana, obriga a utilização de bolsa coletora de fezes em cavalos
A lei municipal aprovada esta semana pelos veradores da Capital faz uma distinção – involuntária – entre os pangarés que circulam diariamente na cidade e os cavalos usados em desfiles. A legislação, que determina o uso de bolsas coletoras de fezes em cavalos não iclui os animais que participam de eventos ou cavalgadas, como a Semana Farroupilha. Carroceiros que ganham a vida fazendo fretes e catando material reciclado, com ajuda de esquálidos pangarés, terão de providenciar o fraldão para não sujar a cidade. Os 90 cavalos do 4º Regimento de Polícia Montada também terão de adotar a vestimenta.
Quem não colocar o acessório no bicho será multado em cem Unidades Financeiras do Município (R$ 246). Donos de alazões de pelo reluzente, que esbanjam saúde em desfiles, não serão “mordidos”. Os organizadores do evento serão responsáveis pela limpeza dos locais. Caso não o façam, serão multados.
- Capital tem muitos cavalos
Autor do projeto, o vereador Adeli Sell (PT) afirma que Porto Alegre é conhecida como cidade com grande contingente de cavalos.
– É muito comum, por isso, encontrar fezes nas ruas, que, além da sujeira e do mau cheiro, possibilitam criar focos de transmissão de doenças – justificou.
- Para evitar a multa
Com a função condenada à extinção até 2016 por outra lei, carroceiros encararam a notícia com seriedade. Mas não perdem a piada.
– Vamos seguir a lei, mas tem cavalo brabo que não aceita coisas ali. Dispara, dá patadas – disse Ari Fernandes Valada, 64 anos.
José Carlos Garcia, 35 anos, é favorável e até lembrou que antigamente o cavalo do pai usava uma espécie de “balaio” atrás:
– Vamos ter que colocar isto no animal para não sermos multados.
O que é?
- Conforme o projeto, considera-se bolsa coletora todo e qualquer recipiente capaz de armazenar os excrementos, com higiene e segurança, até seu destino final.
Eventos estão fora
A proposta deixa livre da exigência manifestações culturais, eventos e comemorações, ficando a limpeza dos locais utilizados sob a responsabilidade dos organizadores.
(Por EDUARDO RODRIGUES, Diário Gaúcho, 26/03/2010)