(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
imprensa e meio ambiente mídia e sustentabilidade
2010-03-29 | Tatianaf

Nos últimos anos, o conceito de sustentabilidade passou a permear muitos setores da sociedade. Ele evoluiu, principalmente, de um parâmetro utilizado pelas ONGs para indicadores empresariais, como o Índice de Sustentabilidade da Bovespa (ISE), os indicadores Global Reporting Iniciative (GRI), que baliza relatórios empresariais de sustentabilidade, e os indicadores Ethos (do Instituto Ethos), entre outros. No entanto, para Dal Marcondes, são informações e dados complexos que precisam de uma base de conhecimento estruturada, para que não se percam em devaneios ideológicos ou de interpretações sem objetividade.

Na entrevista a seguir, concedida, por e-mail, à IHU On-Line, o jornalista Dal Marcondes, diretor da Agência Envolverde, fala sobre a importância da informação sobre meio ambiente e sustentabilidade para a estruturação de um modelo de desenvolvimento com compromissos claros em relação ao futuro. “As pessoas ainda têm uma relação muito esquizofrênica com o tema sustentabilidade”, opinou.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Em sua opinião, como a informação pode ser considerada um fator relevante para o desenvolvimento da ideia de sustentabilidade?
Dal Marcondes –
Informação é o fator-chave para a estruturação de uma plataforma de conhecimento capaz de influir sobre decisões estratégicas, seja de empresas, governos ou sociedade. Não é possível fazer a transição para um modelo de desenvolvimento limpo, baseado em novas tecnologias e em uma ciência integrada, sem uma base de informação e conhecimento social, científico e econômico capaz de mostrar caminhos diferentes e consistentes com as necessidades do futuro, e não com os pressupostos e preconceitos do passado.

IHU On-Line – O jornalismo ambiental evoluiu?
Dal Marcondes –
Muito. Há dez anos, o jornalismo ambiental era uma comunicação de nicho, focado em pequenos veículos que falavam para muito pouca gente, principalmente iniciados. Hoje, o jornalismo ambiental conta com excelentes veículos especializados, mas, principalmente, está presente em grandes veículos de comunicação com todos os suportes possíveis. É TV, Rádio, jornais e revistas, além do suporte global da Internet. A cobertura ambiental também saiu de páginas marginais dos veículos, como a geral, que disputava espaço com buracos de rua e outras pequenas mazelas para ser estampada nas primeiras páginas e nos cadernos de economia. Houve uma evolução. Ainda pode melhorar muito em qualidade de enfoque, mas já ocupa espaços nobres.

IHU On-Line – O que fez o tema meio ambiente ter mais espaços nas pautas dos grandes meios de comunicação?
Dal Marcondes –
Uma pauta ganha destaque a partir do interesse da sociedade. O meio ambiente está aí, as mudanças climáticas, suas tragédias, as empresas falando em sustentabilidade, o mundo cobrando uma postura mais ética e consequente de seus governos em relação aos recursos naturais. Ou seja, meio ambiente é pauta. No entanto, falta uma certa organização nesta cobertura. Ela ainda é muito pontual e sem uma relação direta de causa e efeito. Muitas vezes, os grandes veículos mostram apenas um pedaço tragédia na notícia, sem se dar conta que uma catástrofe tem uma relação de causa e efeito.

IHU On-Line – Qual o perfil de um bom profissional para atuar na área de jornalismo ambiental?
Dal Marcondes –
O jornalista ambiental deve ser, antes de tudo, uma pessoa preocupada com o bom jornalismo. Não deve se posicionar como um militante ambiental, pois seu trabalho estaria mais para uma ONG de defesa do meio ambiente do que para informar a sociedade sobre questões relacionadas à multidisciplinaridade da pauta ambiental. Isto é importante porque, muitas vezes, jovens profissionais me procuram indignados porque a mídia não faz seu papel de defender o meio ambiente, e este não é o papel da mídia. Seu principal foco deve ser informar a sociedade com presteza, eficiência e qualidade. Para isto, o jornalista ambiental deve estar preparado para realizar reportagens e investigações que precisam de muito preparo técnico e capacidade de inter-relacionar fatos e dados, de forma a dar ao público as informações necessárias para que a sociedade, as empresas ou o poder público atue. Portanto, o mais importante para um profissional que queira ser um jornalista ambiental é ser bem formado e bem informado sobre os temas aos quais se propõe a cobrir.

IHU On-Line – Qual é o papel da Envolverde dentro do jornalismo ambiental praticado hoje no Brasil?
Dal Marcondes –
A Envolverde é um dos mais antigos espaços de prática do jornalismo ambiental no Brasil. Iniciamos nossa trajetória em 1995, quando fomos procurados pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para editar no Brasil o Projeto Terramérica, à época um suplemento tablóide para jornais impressos de toda a América Latina. Este projeto existe até hoje, mas nosso grande salto veio com a Internet e com a criação do site www.envolverde.com.br, que entrou no ar em 8 de janeiro de 1998. A partir daí, começamos a ganhar escala de públicos e falar com muito mais gente. Hoje, a Envolverde tem quase 200 mil assinantes que recebem um boletim diário e produz conteúdos para ONGs, empresas e meios de comunicação. Fazemos a Carta Verde, com a revista Carta Capital, produzimos para a Agência Estado e para empresas como Walmart. Também fazemos capacitação de profissionais de comunicação para trabalhar com o tema comunicação ambiental e sustentabilidade através de eventos, seminários e cursos.

IHU On-Line – Como você vê o espaço do Desenvolvimento Sustentável no imaginário social?
Dal Marcondes –
As pessoas ainda têm uma relação muito esquizofrênica com o tema sustentabilidade. É só ver o debate que está rolando em relação às mudanças climáticas. Cada lado, a favor ou contra mudar o comportamento de produção e uso de energias, manipula as informações a partir de seu enfoque de interesses. Existe o desejo de viver em um mundo ambientalmente preservado, socialmente responsável e economicamente eficaz. No entanto, pouca gente está disposta a mudar hábitos de consumo, mesmo que isto não signifique alterar sua relação de conforto com o mundo.

(Envolverde, IHU-Online, 26/03/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -