A fabricante de papel e celulose Fibria informou ontem à noite, em novo comunicado à imprensa, que "suas operações estão normais e a produção está à plena capacidade, atendendo às demandas do mercado". O posicionamento da companhia é uma resposta ao movimento liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Espírito Santo (Sinticel), que pretende mobilizar trabalhadores para interromper a produção da fábrica da companhia instalada em Aracruz (ES).
O presidente do sindicato, Joaquim Artur Duarte Branco, afirmou ontem que o fluxo de madeira na unidade já havia sido reduzido, reflexo de uma mobilização inicial dos trabalhadores. A companhia, por sua vez, destaca que o ritmo de sua produção não foi alterado.
O novo comunicado da companhia sobre o tema - após a primeira comunicação de sexta-feira passada - volta a citar o que a empresa considera como baixa representatividade do movimento grevista. "O estado de greve manifestado na sexta-feira passada pelo sindicato foi deliberado em reuniões restritas para trabalhadores sindicalizados, excluindo a ampla participação de todos os 750 trabalhadores", destacou a companhia. "Somente cerca de 13% do efetivo da unidade participou e o grupo que aprovou o estado de greve representa 8% do efetivo", afirmou.
Em resposta ao posicionamento do Sinticel de que a Fibria não apresentou nova proposta em reunião realizada na quinta-feira na Superintendência Regional do Trabalho do Espírito Santo (SRTES), a companhia informou que foi a entidade que não trouxe uma nova proposta à mesa de negociações.
Além disso, destacou a Fibria, o Sinticel propôs reiniciar a discussão de todos os itens da negociação coletiva, incluindo questões que, na interpretação da companhia, "já haviam sido amplamente debatidas durante o processo de negociação realizado em 13 rodadas - 11 com o Sinticel e duas com mediação da Superintendência". Por fim, a fabricante de papel e celulose informou que "caso haja concordância do Sinticel com a proposta apresentada pela empresa, continua à disposição para assinar o acordo (trabalhista) a qualquer momento."
(Por ANDRÉ MAGNABOSCO, Agencia Estado, 26/03/2010)