A companhia de petróleo anglo-francesa Perenco revelou planos para construir um gasoduto no coração do território de tribos isoladas na floresta amazônica. O oleoduto está sendo construído para transportar cerca de trezentos milhões de barris de petróleo do interior do norte da Amazônia peruana.
A empresa não faz qualquer menção das tribos no seu relatório que detalha os potenciais impactos sociais e ambientais do oleoduto, apesar do fato de que eles poderiam ser dizimados pelo contato com os trabalhadores da Perenco.
"Deixar de mencionar que eles estão trabalhando na terra de tribos isoladas é semelhante ao que os britânicos fizeram na Austrália: fingem que as tribos indígenas são invisíveis para que eles possam reivindicar a terra para s ", disse Stephen Corry, diretor da Survival International.
O relatório da Perenco foi recentemente publicado no site do Ministério da Energia do Peru. Ele não menciona que o gasoduto passaria no centro de uma reserva proposta para os índios isolados.
O Ministério respondeu por não aprovar o relatório da Perenco. Ele pediu à companhia para escrever um 'plano de contingência antropológica", levando em consideração a "possível existência" de tribos isoladas na região.
O oleoduto é projetado para ter 207 km de comprimento e conectar-se a outro oleoduto já construído, que vai transportar o petróleo até a costa do Pacífico do Peru. O relatório da Perenco diz que a obra afetaria a floresta por quinhentos metros de cada lado.
Funcionários de alto escalão no Peru esperam que o empreendimento ajude a transformar a economia do pais. Survival International e muitas outras organizações estão pressionando o governo do Peru para não permitir que o oleoduto seja construído.
O relatório da Perenco diz que a produção está prevista para 2013. A empresa, presidida pelo graduado da universidade de Oxford, Francois Perrodo, negou a existência de índios isolados, apesar da empresa que operava anteriormente na região admitir que o contato com eles era "provável".
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(Adital, 26/03/2010)