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mídia e sustentabilidade imprensa e meio ambiente
2010-03-26 | Tatianaf

O jornalista Reges Schwaab explicou que, no século XXI todo jornalista tem que ser ambiental, ou seja, ao considerar esta dimensão, estará completando a lacuna do jornalismo vigente, focado no jornalismo econômico e desligado também do social.

A crítica ao mundo cartesiano e a constatação de uma convergência de crises – econômica, social e ambiental-, está levando estudiosos, filósofos e religiosos, principalmente, a buscarem a compreensão de uma nova visão de mundo, de um olhar holístico sobre a realidade, de um paradigma sistêmico como aquele preconizado em A teia da vida, livro de 1996, do físico Fritjof Capra. Sendo este, um dos autores que fundamenta o estudo do Jornalismo Ambiental, que vem sendo desenvolvido tanto no curso da graduação em Jornalismo quanto no de mestrado em Comunicação e Informação da UFRGS, e foi citado pelo doutorando nesta Universidade, jornalista Reges Schwaab. Conforme explicou, “no século XXI todo jornalista tem que ser ambiental”, ou seja, ao considerar esta dimensão, estará completando a lacuna do jornalismo vigente, focado no jornalismo econômico e desligado também do social.
 
Ao que a editora executiva da revista Terra da Gente, vencedora da categoria Impresso do 90 Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, Liana John, com experiência de 30 anos em jornalismo, concorda. “2010 começou com enchentes e destruição no Sul e Sudeste do Brasil, seca na Amazônia, terremotos no Haiti e no Chile, uma pequena mostra do que vem ai com o aquecimento global e as mudanças climáticas. Mas, o que vimos foi um jornalismo superficial, que buscou a espetacularização da notícia. Faltou dar peso à coisa, colocar a nossa parcela de responsabilidade,” completou.
 
O encontro aconteceu durante o Figa 2010 e o público composto mais por biólogos, advogados, estudantes, gestores ambientais, professores, ambientalistas, administradores e economistas do que por jornalistas, estavam curiosos para conhecer a realidade do jornalista de redação que, por exemplo, aborda o tema das mudanças climáticas como se o Brasil e o Rio Grande do Sul estivessem livres das consequências. Ou, pior, não aborda problemas imediatos nas comunidades nas quais estão inseridos, como lembrou a bióloga, doutora em Ecologia, Luiza Chomenko, sobre a negligência da imprensa referente a poluição na Ilha dos Marinheiros em Rio Grande.
 
Segundo Liana, há muitos fatores. O primeiro deles se deve às sucessivas crises das empresas de comunicação e ao enxugamento das redações, o que gerou uma sobrecarga de trabalho ao jornalista, que obrigado a executar diversas pautas num único dia, e para todos os veículos da empresa (o chamado jornalista multimídia), não tem tempo para aprofundar a reportagem. O problema da formação dos jornalistas também atrapalha, pois muitos recém-formados chegam ao mercado de trabalho despreparados, mesmo após ter frequentado a academia durante quatro anos. E, ainda, ela citou os jornalistas que não saem da redação, que obtém os dados apenas através de telefone ou internet. O que é muito grave por que o jornalismo está diretamente ligado ao cotidiano das pessoas, ou seja, é visto e sentido, como se diz, “na rua”.
 
Reges destacou o foco no exótico constatado nas matérias dos veículos da imprensa. “É preciso pensar uma matéria baseada no princípio da sustentabilidade, pensar como resolver problemas locais, como o do transporte público, saber que as pessoas comuns também são importantes e que podem ser fontes, pois são elas que promovem ações que podem ser replicadas na comunidade,” sugeriu, ao citar o exemplo de uma comunidade que tentou noticiar uma mobilização em defesa de um bosque numa cidade do interior de Mato Grosso, mas que ouvia dos jornalistas, que não havia pauta. O que acabou desmentido com a ação da comunidade e o trabalho dos estudantes que produziram um jornal com as pautas geradas a partir do conhecimento do local, seus problemas e suas oportunidades.
 
A questão da linha editorial do veículo não foi esquecida. Muitas vezes, o jornalista leva uma pauta da comunidade, mas o editor corta a matéria “cirurgicamente”, como dizem. Isso, quando não a engavetam. A resposta de Liana a esta situação é: seja teimoso. Ela acredita que o editor pode ser vencido pelo cansaço, que o jornalista deve encontrar os mais variados ângulos para abordar o tema, até que, um dia, a matéria seja publicada. E, pautas não faltam. Os jornalistas citaram um, dentre tantos exemplos, o acompanhamento das reuniões dos comitês de bacias hidrográficas, onde se encontram estudiosos que debatem a questão da água de diversas formas e, na maioria das vezes, o repórter vai buscar uma matéria e volta à redação com duas ou mais.

Os jornalistas estiveram reunidos na tarde de ontem, 24, no painel “O papel da comunicação na geopolítica da água”, durante o Fórum Internacional de Gestão Ambiental – Água, o Grande Desafio, Figa 2010, no Hotel Plaza São Rafael.

(Por Eliege Fante, EcoAgência, 26/03/2010)


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