O ritmo do desmatamento retrocedeu pela primeira vez no mundo desde que há registros a respeito, anunciou nesta quinta-feira (25) a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Mas alguns países mantêm taxas alarmantes, sobretudo na África e América do Sul, que perdeu quatro milhões de hectares de floresta, ressalta a organização.
"Pela primeira vez, estamos em condições de demonstrar que a taxa mundial de desmatamento registrou uma regressão graças aos esforços mobilizados de forma coordenada", declarou Eduardo Rojas, subdiretor geral da FAO, ao apresentar à imprensa a "Avaliação dos Recursos Florestais Mundiais 2010", um relatório quinquenal.
Sobre uma superfície total de quatro bilhões de hectares, o desmatamento provocou uma perda bruta de 13 milhões de hectares de floresta por ano entre 2000 e 2010, contra 16 milhões nos anos 1990.
A perda líquida anual representa 5,2 milhões de hectares, contra 8,3 milhões na década anterior.
O recuo se deve em boa parte "aos programas de reflorestamento de grande envergadura" adotados por alguns países, especialmente na Ásia, onde a FAO observou "um aumento de 2,2 milhões de hectares por ano durante a última década".
China, Índia e Vietnã aumentaram suas superfícies florestais em quase quatro milhões de hectares por ano.
O Brasil também aparece bem, com perdas de 2,6 milhões de hectares anuais durante a última década, contra 2,9 milhões nos anos 90.
As superfícies florestais permanecem estáveis nas Américas do Norte e Central. Na Europa, seguiram em expansão, mas com um ritmo mais lento.
"O índice de desmatamento continua sendo, no entanto, muito alto em vários países", declarou Rojas.
Este é o caso da América do Sul e da África, que registram as maiores perdas anuais líquidas de florestas entre 2000 e 2010, respectivamente 4 e 3,4 milhões de hectares.
(France Presse, Folha Online, 25/03/2010)