Colheita ocorre nesta sexta-feira (26), sendo que a produção de arroz orgânico envolve 211 famílias de doze assentamentos nos municípios de Tapes, Nova Santa Rita, Guaíba, Eldorado do Sul, Viamão, Charqueadas e São Jerônimo, todos na Grande Porto Alegre.
O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, acompanha nesta sexta-feira (26) a abertura da colheita de arroz orgânico no Rio Grande do Sul. O evento, promovido pelo Grupo Gestor do Arroz Agroecológico com apoio do Incra e de diversas entidades, está marcado para as 10h no assentamento Lagoa do Junco, em Tapes.
A produção de arroz orgânico envolve 211 famílias de doze assentamentos nos municípios de Tapes, Nova Santa Rita, Guaíba, Eldorado do Sul, Viamão, Charqueadas e São Jerônimo – todos na região metropolitana de Porto Alegre ou muito próximos a ela*. Na safra 2009-2010 foram plantados 2 mil hectares, e a expectativa é colher 177 mil sacas do grão.
Os primeiros plantios ocorreram em 1998, como alternativa aos altos custos e malefícios à saúde da produção convencional. Aos poucos, as cooperativas começaram a trocar experiências, o que levou à criação do Grupo Gestor do Arroz Agroecológico em 2004, reunindo representantes e técnicos dos assentamentos.
De lá para cá, consolidou-se a tendência de aumentar em média em 18% o número de assentados cultivando arroz a cada safra. A qualificação crescente do cultivo levou à exportação de 120 toneladas do grão para os Estados Unidos em 2007. Além disso, o arroz abastece os mercados de vários municípios no Estado – apenas o que é produzido em Tapes, por exemplo, chega a Caxias do Sul, Eldorado do Sul, Dois Irmãos e Guaíba, além de ser comercializado no mercado local e na Loja da Reforma Agrária, no Mercado Público de Porto Alegre.
Investimentos
O Incra tem apoiado esta linha produtiva na região metropolitana especialmente por meio do Programa Terra Sol, investindo em agroindústrias. Em quatro anos, o Instituto destinou um total de R$ 1,2 milhão para ações de desenvolvimento da cadeia produtiva do arroz ecológico. Parte dos recursos foi utilizada na reforma e ampliação das Unidades de Beneficiamento nos assentamentos Capela, em Nova Santa Rita, e Lagoa do Junco, em Tapes. Os valores também viabilizaram a aquisição de um silo e de equipamentos, como a ensacadeira e a selecionadora de grãos que permitiram à Unidade de Beneficiamento em Tapes dobrar sua produção de diária de arroz embalado, que hoje pode chegar a 30 toneladas.
Convênios firmados em 2009 prevêem a compra de mais equipamentos e a complementação de obras. Além disso, serão implantadas uma unidade de recepção-controle de arroz e outra para secagem e armazenamento, em Eldorado do Sul. As obras aguardam a liberação do terreno pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), já que o assentamento onde a estrutura será erguida é estadual.
“Os valores investidos dão resultados”, afirma o superintendente do Incra/RS Mozar Dietrich. “A produção de arroz ecológico é significativa em quantidade e em qualidade, demonstra a força da reforma agrária”. Tudo isto sem perder a diversidade característica da agricultura familiar. Em Tapes, por exemplo, leite, carne, verduras e mel, além de uma padaria que fornece pães, cucas e biscoitos para o município complementam a produção do arroz.
Serviço
Abertura da Colheita de Arroz Ecológico 2009/2010
26/03 – 10h
Assentamento Lago do Junco – Tapes, RS
INCRA/EcoAgência
(INCRA/RS, EcoAgência, 25/03/2010)