Máquinas já trabalhavam na área de 832 hectares do parque eólico de Tramandaí, enquanto a pedra fundamental da obra era lançada no centro da cidade. Com capacidade de geração de 70 megawatts (MW) e investimento estimado em R$ 250 milhões, o parque da EDP Renováveis Brasil deve estar concluído até dezembro.
No pacote adquirido pela empresa de origem portuguesa, o próximo da fila é um projeto de 81 MW em Santa Vitória do Palmar. Com um estoque de mais de 30 projetos já com licença ambiental concedida, o Rio Grande do Sul é o maior rival do Nordeste na atração de investimentos em energia eólica. À medida que os empreendimentos forem consolidados, também será possível atrair fábricas de equipamentos para a instalação dos parques. O lançamento de ontem, na Sociedade Amigos de Tramandaí, teve a presença da governadora Yeda Crusius.
Presidente mundial da EDP Renováveis, Ana Maria Fonseca afirmou que a empresa tem planos de novos projetos no país e no Estado, condicionados à repetição dos leilões e às condições apresentadas. Ana Maria situou entre 75 e 80 euros (R$ 180 a R$ 190) o valor mínimo de venda do megawatt hora. No único leilão já realizado no Brasil, em novembro passado, o governo definiu teto de R$ 189, e houve queda no valor médio para a faixa de R$ 150 ao longo do certame.
– Se no Rio Grande do Sul também se faz, ao contrário do que pensa muita gente, que estão no Nordeste as melhores condições, tudo depende – afirmou Ana Maria.
Uma das maiores operadoras eólicas do mundo, a EDP afirmou que sua prioridade número 1 agora é a conclusão do parque de Tramandaí até dezembro, novo prazo final para que a venda de energia possa ocorrer conforme os critérios do Proinfa, programa de incentivo a fontes alternativas do governo federal. Ana Maria lembrou que, nos Estados Unidos, um parque de 200 MW será instalado em seis meses.
O parque
- Área: 832 hectares
- Potência instalada: 70 MW
- Produção anual: 211.437 MWh
- Equivalência: o suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes
- Número de aerogeradores: 31
- Altura das torres: 98 metros
A IMPORTÂNCIA
- Apesar da percepção do mercado de que os melhores ventos para aproveitamento eólico estão no Nordeste, o Rio Grande do Sul se tornou referência nesse tipo de energia por abrigar o maior parque da América Latina.
(Por Marta Sfredo, Zero Hora, 25/03/2010)