Marco Costa, vice-presidente da divisão de energia da Alstom Brasil, uma das empresas interessada em fornecer turbinas para a construção da hidrelétrica de Belo Monte (rio Xingu, PA), disse ontem (22) que há o risco de o leilão da usina fracassar, e essa possibilidade deve ser considerada. A informação é da coluna Mercado Aberto, do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a Alstom, os consórcios interessados na usina reclamam de dois problemas que constam no edital do leilão: o custo da transmissão de energia já está incluído no preço-teto definido em R$ 83, o que reduz ainda mais o valor da tarifa por megawatt-hora; além disso, a modelagem mantém o chamado risco do submercado, aquele em que a empresa contratante da energia é responsável por pagar a diferença de preço, caso o custo da energia no submercado Norte seja maior que o do submercado do Sudeste.
Como a maior parte dos grandes consumidores está nessa região, empresários consideram que é um risco elevado adquirir essa energia. Segundo Costa, o edital não assegura a investidores nem a fornecedores o retorno mínimo exigido. Ele também disse à Folha que os interessados no projeto ainda tentam um recuo do governo, com a publicação de aditivos que venham a flexibilizar as condições do edital.
(Amazonia.org.br, 23/03/2010)