Em Porto Alegre para lançar um diesel com menor teor de enxofre, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa confirmou que a estatal tem pressa na aprovação do projeto que permite a injeção de dinheiro para a sustentação de investimentos.
– É muito importante que a capitalização seja feita neste ano, para fazer frente aos investimentos que temos planejados em todas as áreas – disse Costa, ao comentar a proposta feita no Senado para contornar a polêmica dos royalties.
A capitalização da Petrobras depende da aprovação, no Senado, de um dos quatro projetos que estabelecem as novas regras de exploração para o pré-sal, o que autoriza a União a fazer a chamada cessão onerosa de reservas de petróleo à estatal. Propriedade da União, essas reservas seriam pagas com papéis da estatal, o que aumentaria a participação pública no capital da empresa. Esse é o ponto de partida da capitalização da Petrobras, estimada no mercado em US$ 50 bilhões. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) propôs que o governo federal autorize a capitalização por medida provisória e deixe todos os demais projetos do pré-sal para discussão no próximo ano.
Costa também afirmou que as três operações de importação de gasolina feitas no início do ano não devem se repetir, porque, com o início da safra de cana-de-açúcar, começa a cair o preço e aumentar o consumo de etanol. O diretor da Petrobras veio marcar a troca no abastecimento da frota de ônibus da região metropolitana do diesel S 500 pelo S 50. Com 10 vezes menos enxofre do que o anterior, o novo produto é fornecido desde janeiro. Até 2013, quando deve entrar em operação uma unidade de hidrotratamento na Refap, de Canoas, o combustível virá de refinarias de fora do Estado.
(Zero Hora, 24/03/2010)