Depois do susto da crise que provocou o congelamento de projetos de novas fábricas de Fibria, Stora Enso e Aracruz no Rio Grande do Sul, a indústria da celulose prepara a retomada dos planos de investimento no embalo da recuperação da economia mundial.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth Carvalhaes, empresas que têm projetos paralisados devem confirmar o reinício dos empreendimentos no segundo semestre deste ano, ancoradas pela momento de retomada da economia internacional e pela ampliação da demanda chinesa. O país asiático aumentou em 127% as importações de celulose de fibra curta brasileira em 2009.
Sem citar nomes de companhias, a dirigente afirmou que a retomada deve começar pela volta dos plantios de florestas e a posterior confirmação das datas de abertura de unidades industriais. Seria a materialização do ciclo de investimentos no setor, que deve totalizar US$ 15 bilhões até 2015.
– Até 2017, devemos superar a China, chegando a terceira posição na produção mundial, com 17 milhões de toneladas por ano – prevê Elizabeth.
Entre os principais empreendimentos do setor previstos para o Estado, apenas CMPC já confirmou a retomada do projeto de US$ 2,8 bilhões para ampliação da fábrica adquirida da Fibria, empresa criada com a união de Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP). A unidade entra em operação em janeiro de 2015, mas a empresa avalia antecipar a implantação. A Fibria e Stora Enso não anunciaram novos prazos para seus projetos de US$ 2 bilhões e US$ 1,5 bilhão, respectivamente.
Após o cenário ruim de receita em 2009, as companhias comemoram a melhoria nos dois primeiros meses do ano.
– Na nossa avaliação, o setor só sairá da crise em 2011. Mas este ano já será bem melhor do que o ano passado – reitera a presidente da Bracelpa.
(Zero Hora, 24/03/2010)