O Rio Grande do Sul, por meio da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), firmou ontem convênio inédito no país com o governo francês para estudar a qualidade do ar. O "Plano Ar, Clima e Energia" deverá ter duração de 16 meses. Ao longo desse período será feito um diagnóstico das condições do ar e apontadas ações que poderão melhorar a qualidade do ar e do clima, diminuindo a poluição.
Uma das metas da pesquisa, que contará com a participação de profissionais franceses, é estipular o grau de emissão de gases poluentes no Estado. Segundo o coordenador do trabalho na França, Léo Genin, a ideia é identificar quais atividades poderão reduzir efetivamente a produção de gases poluentes, diminuindo as causas do efeito estufa. Ele avaliou ainda que a qualidade do ar é tema que ganha cada vez mais espaço devido ao aquecimento global.
"A França já analisa essa situação há mais de 30 anos", observou. Genin ressaltou também que a partir do resultado dos estudos serão feitas recomendações sobre como o Rio Grande do Sul poderá investir na geração de energia considerada limpa e reduzir os problemas causados pela poluição.
No início da pesquisa serão analisadas as condições ambientais de três pontos do Estado: região Metropolitana de Porto Alegre, Caxias do Sul e Rio Grande. Os locais foram definidos devido à presença significativa de indústrias. O cruzamento dessas informações com as amostras de outros pontos do Estado servirá de base para a elaboração de dois projetos: o "Plano Clima para o Rio Grande do Sul" e o "Plano de Gestão da Qualidade do Ar" para a região Metropolitana de Porto Alegre.
A parceria entre a Fepam e o governo francês começou há um ano. Integram o projeto três empresas de consultoria que contam com o apoio de organizações públicas da França. Desde o início dessa semana, especialistas franceses estão na Capital fazendo os primeiros levantamentos.
(Correio do Povo, 24/03/2010)