A menos de um mês para o leilão que decidirá a empresa que vai executar a obra, o receio dos possíveis impactos sociais e ambientais une no Pará defensores e críticos da hidrelétrica de Belo Monte, a ser construída no Rio Xingu.
A cidade-sede do empreendimento será o município paraense de Altamira, o maior do Brasil em área, com 160 mil km2, território equivalente a mais de cem vezes o da cidade de São Paulo. O G1 está em Altamira e publicará nesta semana uma série de reportagens sobre o tema.
Além de Altamira, a hidrelétrica ocupará parte da área de outros quatro municípios: Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Altamira tem a maior população dentre essas cidades, com 98 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os demais municípios têm entre 10 mil e 20 mil habitantes.
A região discute há mais de 30 anos os prós e contras da instalação da hidrelétrica no Rio Xingu e teve a certeza de que o início da obra se aproximava após a concessão em fevereiro, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), da licença para início da construção.
Na semana passada, o governo marcou a data para o leilão (20 de abril), que decidirá qual empresa ou grupo de empresas será responsável pela hidrelétrica e, consequentemente, por dar assistência aos moradores locais, uma vez que a licença do Ibama tem dezenas de condicionantes que devem ser cumpridas pela vencedora do leilão.
(Por Mariana Oliveira, G1, 23/03/2010)