Maior empresa do mundo no ramo de agrotóxicos, a Syngenta admitiu alguns dos problemas constatados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na fabricação dos produtos, mas disse que todos foram corrigidos.
Indagado sobre produtos com datas de validade adulteradas encontrados em fiscalização, Laercio Giampani, diretor-geral no Brasil da Syngenta Proteção de Cultivos, afirmou: "Foram identificadas várias, ou algumas irregularidades. Todas elas foram debatidas e a gente fez um trabalho imediato de correção de tudo".
Em relação à venda para Minas Gerais da substância cihexatina, que só está liberada para São Paulo (mas apenas até 2011), ele afirmou que o agrotóxico era fabricado por outra empresa e comercializado pela Syngenta. "Portanto, todo o conceito de "compliance" [respeito à regras] com o órgão regulador é da empresa que produz o produto", concluiu.
Ele afirmou ainda que nenhum cliente deixou de ser abastecido por causa da fiscalização e que a situação já está regularizada. A Bayer afirmou que 11 dos 12 agrotóxicos interditados pela Anvisa já foram liberados. Isso acontece quando a empresa se ajusta às exigências do órgão.
Questionamentos
A Basf também se manifestou pela mesma nota enviada após a fiscalização há duas semanas, afirmando que a Anvisa não encontrou nada que pudesse trazer riscos à saúde, mas que fez somente "questionamentos relativos a alguns processos produtivos". A empresa diz que "não medirá esforços para responder a todas as exigências feitas pela Anvisa".
A Milenia, acusada de vender produto com nível tóxico informado incorretamente, afirmou que não iria se pronunciar sobre a fiscalização da agência. A Nufarm e a Iharabras, ambas acusadas de vender agrotóxicos com fórmulas alteradas sem a autorização da Anvisa, não se manifestaram até o fechamento desta edição.
(Folha de S. Paulo, 22/03/2010)