O Dia Mundial da Água, 22 de março, instituído pela ONU em 1993, tem como tema este ano “Água limpa para um mundo saudável”, em meio ao descuido com a natureza e aos resultados desastrosos que acompanham o dia a dia da humanidade. O objetivo é mostrar que, na gestão dos recursos hídricos, qualidade é tão importante quanto quantidade. Várias questões preocupam os gaúchos. No Rio Grande do Sul, 98% dos 325 municípios conveniados com a Corsan possuem água potável. Estudo indica que cada gaúcho consome 200 litros de água por dia. Nas demais cidades, do total de 496, o sistema geralmente é gerido pelo próprio município. A perspectiva do governo do Estado, em médio prazo, é de que todas as cidades operadas pela Corsan recebam água tratada.
A estiagem, que se reflete na produção agrícola, é minimizada com a construção de cisternas e microaçudes pelo governo gaúcho. Até o fim do ano, serão finalizados 3 mil microaçudes de até cinco hectares cada um, que se juntarão aos mais de 1,4 mil já prontos, em um total de 20 mil hectares de água. Em cada sete anos dos últimos 35, no RS, há estiagens, restando apenas três anos normais em termos de precipitações.
Em nível nacional, o Atlas de Abastecimento Urbano de Água no país, lançado em 2009 pela Agência Nacional de Águas, aponta as condições dos mananciais e dos sistemas de produção de água em 2.965 municípios. Dado revela que 1.896, ou seja, 64%, necessitam de investimentos prioritários que totalizam R$ 18,2 bilhões. As verbas evitarão o colapso no fornecimento. Concluídos até 2015, podem garantir o abastecimento até 2025.
A região metropolitana de Porto Alegre necessita de aplicações de R$ 266 milhões em abastecimento de água. Municípios com mais de 250 mil habitantes requerem aportes de R$ 48 milhões. No RS, foram pesquisadas 34 cidades, sendo que 31 estão na Região Metropolitana e três apresentam população superior a 250 mil. O Atlas incluiu o Nordeste, regiões metropolitanas e Sul. O trabalho será expandido neste ano e atingirá os demais municípios gaúchos e brasileiros.
Previsões da ONU indicam que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. O Brasil tem provavelmente as maiores reservas de água do mundo. Portanto, para evitar situações insustentáveis é necessário gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição das águas. Evitar a poluição deve ser uma prioridade.
(Zero Hora, 22/03/2010)
*Secretário de Relações Institucionais