O Foro Sobre Questões Indígenas da ONU, encerrado hoje em La Paz, constatou que milhares de guaranis, do sudeste da Bolívia, ainda vivem em situação de escravidão. "Ao longo dos anos houve muita escravidão, segundo denúncia das pessoas da comunidade de Alto Parapetí. Essa gente está preocupada", relatou Victoria Tauli-Corpuz, que presidiu o foro.
Na região, os representantes da ONU se reuniram com os indígenas, com autoridades locais e também com os fazendeiros, que são acusados de manter os guaranis nessa condição. "Há muitas recomendações que não foram implementadas, não foram levadas à prática, e nós continuaremos trabalhando arduamente para conseguir a aplicação", complementou Tauli-Corpuz.
As recomendações foram elaboradas após uma missão visitar a região em 2007. Os dados também serviram para a elaboração do informe "Missão a Bolívia", de 2009. Segundo esse documento, há 1.049 famílias guaranis em cativeiro em 44 comunidades assentadas, na região dos departamentos de Santa Cruz e Chuquisaca. Ainda segundo informe, entre as causas desse problema está a fragilidade institucional do Estado e sua pouca presença na região. (ANSA)
(Ansa, 20/03/2010)