Comparando temperaturas em Melboune, com registros de avistamentos da borboleta marrom (Heteronympha merope) desde 1940, pesquisadores australianos concluíram que atualmente ela está emergindo do casulo 10,4 dias antes enquanto o aumento da temperatura foi de 0,14ºC.
Segundo a revista New Scientist, esta é uma revelação importante por se a primeira vez que um ligação causal foi estabelecida entre as mudanças climáticas e o momento de um determinado evento (o emergir da borboleta). Apesar de haver correlações fortes entre o aquecimento global e mudanças na hora dos eventos, como o florescimento, era difícil demonstrar uma conexão causa e efeito.
Os autores do estudo Natalie Briscoe e Michael Kearney da Universidade de Melbourne fizeram testes em câmaras fechadas modificando a temperatura e descobriram que cada estágio larval possui uma resposta diferente as condições mais quentes do que no normal.
Além disso, uma modelagem matemática foi feita combinando os efeitos fisiológicos da temperatura com dados climáticos, confirmando as observações.
A questão agora é descobrir se esta espécie de borboleta, assim como todos as outras, serão capazes de se adaptar às mudanças.
(Por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil/New Scientist, 18/03/2010)