A organização Survival Internacional enviou à ONU um relatório no qual revela a dramática situação dos guaranis no sul do Brasil, onde a condição deles é uma das piores entre as de todos os povos indígenas da América.
Nesta quinta-feira, a ONG emitiu um comunicado no qual ressalta que, entre os guaranis, são registradas altas taxas de suicídio, desnutrição, alcoolismo e prisão injusta.
A nota diz ainda que, com frequência, os índios dessa tribo são perseguidos e assassinados por pistoleiros contratados por fazendeiros e criadores de gado que querem ocupar suas terras.
A apresentação do relatório da Survival coincide com a proximidade do Dia Internacional contra a Discriminação Racial, celebrado a cada 21 de março.
O documento, destaca o comunicado, aponta o desrespeito aos direitos territoriais dos indígenas como principal causa da situação enfrentada pelos guaranis.
Além disso, o relatório adverte que a crescente demanda por etanol como alternativa à gasolina diminuirá ainda mais a área reservada aos índios e piorará ainda mais sua situação.
Apesar de viverem em um dos estados mais ricos de uma das principais nações emergentes do mundo, muitos guaranis vivem na extrema pobreza, acrescenta o texto.
Alguns moram sob lonas ao lado de estradas. Outros vivem em reservas e dependem de ajudas do Governo.
"Estamos ficando impacientes com o atraso excessivo da demarcação territorial. Isso está nos matando lentamente e nos expondo ao genocídio", disse à ONG um índio guarani que vive na beira de uma rodovia e que viu três homens de sua tribo serem assassinados por matadores de aluguel. EFE
(Efe, G1, 18/03/2010)