Apresentar o quadro de insegurança alimentar no Brasil associado à contaminação de hortaliças por agrotóxicos e os desafios de políticas públicas para a promoção da saúde, por meio do incentivo ao consumo saudável, são os objetivos do estudo "Agrotóxicos em hortaliças: segurança alimentar, riscos socioambientais e políticas públicas para promoção da saúde".
Publicado pelos pesquisadores Vicente Almeida e Nirlene Vilela (da Embrapa Hortaliças) e Fernando Carneiro (professor da Universidade de Brasília - UnB), o estudo verificou que o grupo das hortaliças representa 19,75% do consumo de ingredientes ativos de fungicidas no país, demandando um consumo médio por hectare em até oito vezes, se comparado com outras culturas, como a soja. Além desse fato, 22% das amostras em hortaliças foram consideradas insatisfatórias. Dessas, a presença de acefato, banido em vários países, foi detectada em 87% das culturas.
Os pesquisadores concluíram que o conceito de alimentação saudável está aquém do que preconiza a Lei Orgânica de Segurança Alimentar (LOSAN) frente ao quadro de contaminação de hortaliças por agrotóxicos no Brasil.
Nesse contexto, conclui-se que o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) deve ser considerado como um instrumento essencial às políticas públicas para a promoção da segurança alimentar, de aprofundamento e ampliação da participação social em nível local e nacional e reforço às ações institucionais direcionadas à produção de hortaliças de base agroecológica - incluindo o registro de fitossanitários para produção orgânica.
(MST, 18/03/2010)