Cientistas da Universidade da Califórnia anunciaram o desenvolvimento de um cristal sintético tridimensional capaz de capturar emissões de dióxido de carbono (CO2) diretamente das chaminés e dos escapamentos dos automóveis. A equipe de pesquisadores conta com o estudante brasileiro de graduação do Instituto de Química da Unicamp Ricardo Ferreira, enviado aos Estados Unidos como bolsista de iniciação científica de um programa de intercâmbio que envolve a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Divisão de Química da National Science Foundation (NSF).
De acordo artigo recente publicado na revista Science, a descoberta poderá abrir o caminho para o desenvolvimento de tecnologias que, aplicadas a carros ou fábricas, seriam capazes de absorver o CO2 emitido antes que ele chegasse à atmosfera.
No início da década de 1990, a equipe de cientistas coordenada por Omar Yaghi concebeu uma nova classe de materiais, conhecidos como Metal Organic Frameworks (estruturas metal-orgânicas). Também chamados de "cristais-esponjas", eles possuem poros em nanoescala, o que possibilita o armazenamento de gases que geralmente são difíceis de serem abrigados e transportados.
O princípio dos cristais-esponjas é potencialmente aplicável para a criação de um material que possa converter CO2 em combustível ou ainda quebrar a molécula com grande eficiência. Segundo o estudo, um dos modelos da série de materiais sintetizados teve desempenho de captura de dióxido de carbono 400 vezes maior do que a de um material sem a mesma estrutura.
Segundo os cientistas do clima, as emissões de CO2 na atmosfera são uma das principais causas do aquecimento global.
(Inovação Tecnológica, EcoDesenvolvimento, 17/03/2010)