A alta, de US$ 50, por tonelada valerá para todos os mercados da matéria-prima. Será o quarto aumento consecutivo apenas no ano de 2010. De acordo com reportagem do jornal “Valor Econômico”, o preço de referência da celulose na América do Norte subirá a US$ 870 por tonelada. Na Europa, a cotação alcançará US$ 840 por tonelada e, na Ásia, US$ 800 por tonelada. A corretora Ativa avalia que a alta nos preços se deve à redução dos estoques e à forte demanda por celulose, em especial no continente asiático.
O relatório da Ativa ainda aponta que os problemas de fornecimento das fábricas de celulose no Chile também pesaram para a escalada de preço da commodity. O momento é mesmo positivo para a transnacional capixaba. Após as perdas recordes em 2008, a Fibria anunciou que acumulou prejuízo de “apenas” R$ 150 milhões no ano passado – com forte reação no quarto trimestre (R$ 1,7 bilhão de receita líquida, alta de 7% em relação a 2008).
Mesmo com o momento favorável, a direção da companhia admite a possibilidade da venda de terras e fábricas de papel para estancar as perdas com a crise financeira internacional, além de alavancar a produção de celulose.
Sem a unidade de Guaíba (no Sul do País), vendida para a chilena CMPC, e sem perspectivas momentâneas de colocar em curso uma nova planta industrial em Minas Gerais, a Fibria deve focar em seu principal ativo, a unidade Aracruz (antes conhecida como Barra do Riacho).
No mercado, a expectativa é que a produção da commodity chegue em 2020 a 44 milhões de toneladas em todo o País. No ano de 2009, foram produzidos 14 milhões de toneladas apenas no Espírito Santo, um dos principais estados produtores da matéria-prima.
Sem informar dados sobre o plantio, a expansão da monocultura é motivo de preocupação entre ambientalistas e agricultores. De acordo com o último número divulgado, a ex-Aracruz Celulose (Fibria) possui mais de 250 mil hectares plantados com eucaliptos e mais 86 mil hectares distribuídos em pequenas propriedades agrícolas através do projeto Fomento Florestal em 132 municípios do Estado, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
(Por Nerter Samora, Século Diário, 16/03/2010)