O etanol fabricado a partir da celulose, fórmula que deve substituir o biocombustível à base de milho, ainda está longe de ser comercialmente viável por conta do custo e da dificuldade de se conseguir grandes quantidades de insumo, informou nesta terça-feira Joseph Glauber, principal economista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). "Ainda levará alguns anos antes de poder se tornar competitivo", disse ele durante uma conferência. "Os desafios são a distribuição e o armazenamento das matérias-primas."
Legisladores norte-americanos estabeleceram metas ambiciosas para produção de etanol à base de celulose: refinarias dos Estados Unidos deverão misturar 16 milhões de galões do biocombustível na oferta de gasolina até o final de 2022, contra apenas 6,5 milhões de galões em 2010.
O etanol celulósico depende de matérias-primas não alimentares, como capim e resíduos de papel, eliminando o conflito que levou muitos economistas a culpar uma produção maior de etanol à base de milho nos Estados Unidos por um aumento acentuado nos preços dos alimentos em 2008.
Os insumos para fabricação desta modalidade são muito baratos e, até mesmo, gratuitos, mas o sistema de distribuição para transportar amplas quantidades de celulose para unidades de produção em escala comercial ainda não está em vigor, acrescentou Glauber. Isso pode tornar a comercialização uma meta mais distante, embora companhias, como a Genencor e a Novozymes, tenham feito progresso no desenvolvimento de enzimas que transformam celulose em etanol em escala comercial. As informações são da Dow Jones.
(Agência Estado, Ultimo Segundo, 16/03/2010)