Um grupo de 23 pessoas foi encontrado em situação de trabalho escravo em Bom Jesus, no Nordeste do Estado. Segundo a procuradora do Trabalho de Caxias do Sul, Priscila Boaroto, auditores fiscais que faziam uma operação de rotina na região denunciaram o caso.
Por intermédio de um paulista, as vítimas - procedentes do estado do Maranhão - foram contratadas para atuar em uma plantação de batatas. Apesar disso, ninguém tinha registro em carteira ou recebia algum direito trabalhista. De acordo com a procuradora, todos ficavam expostos a uma situação degradante tanto no local da colheita quanto nos alojamentos. "Eles estavam dormindo no chão, sem banheiro e sem refeitório adequado", contou.
Priscila disse que o acordo entre o contratante e os trabalhadores era de que eles receberiam por comissão. Cada um ganharia R$ 14,00 por bag - espécie de unidade de medida (sacola). Apesar de conseguirem colher entre quatro e cinco bags diariamente, um intermediário recebia o dinheiro do produtor e tirava uma comissão de R$ 4,00 por sacola antes de fazer o pagamento às vítimas. Com a ação do MPT, os 23 trabalhadores receberam verbas rescisórias e tiveram os contratos rescindidos. Voltaram para o MA.
(Correio do Povo, 16/03/2010)