Os porto-alegrenses têm 140 locais para entregar o óleo de cozinha que foi usado. A iniciativa do DMLU tem como objetivo evitar o descarte irregular do resíduo e permitir o reaproveitamento do material. "É uma ação de proteção da natureza, beneficiando a atual e as futuras gerações", afirma a coordenadora do projeto, engenheira química Mariza Reis. Desde que a ação começou, em julho de 2007, foram mais de 240 mil litros de óleo recolhidos. Em média, são entregues 12 mil litros por mês. Segundo Mariza, a separação do material usado e o depósito nos postos é questão de educação e cultura. "Não temos como mudar radicalmente os hábitos. Com educação e mostrando benefícios, a população começou a se engajar", diz.
Ao ser despejado na pia ou no vaso sanitário, um litro de óleo polui um milhão de litros de água. Segundo estudos do DMLU, a quantia equivale ao consumo de uma pessoa por 14 anos.
A coordenadora explica que o óleo é prejudicial ao ambiente por ser mais denso que a água. Em contato com arroios e rios, o resíduo dificulta a troca de gases, podendo provocar a morte de peixes. Se despejado no solo, impede o desenvolvimento e o crescimento de plantas e da vegetação.
Ao deixar de ser despejado irregularmente na natureza, o material é reaproveitado. Por meio de parceria da prefeitura com quatro empresas gaúchas, o resíduo torna-se matéria-prima para outros produtos - como na produção de ração animal e no desenvolvimento do biodiesel. A prefeitura firmou convênio com a Ufrgs para instalar mais dois pontos de recolhimento. Os novos galões estarão disponíveis na Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde (Rua Sarmento Leite, 245) e no Instituto Federal do RS (Rua Sarmento Leite, 777). Mais informações no site www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu ou pelo telefone (51) 3289-6904.
(Correio do Povo, 16/03/2010)