A conferência da Convenção sobre Mercado Internacional de Espécies em Risco da Fauna e da Flora, Cites, vai discutir esta semana a caça e o comércio ilegal de tigres e rinocerontes. O encontro, que acontece em Doha, capital do Qatar, reúne cerca de 1,5 mil delegados de mais de 170 países, ONGs, além do setor privado e grupos indígenas.
Estratégia
O Secretariado da Cites, em colaboração com a Interpol, fez um apelo a todos os países para submeterem informação sobre tigres, para adoção de uma estratégia unificada contra a caça ilegal.
No início dos anos 90, mais de 100 mil tigres viviam em todo o continente asiático. Estimativas atuais indicam que o número desses animais diminuiu para cerca de 3,2 mil.
Os tigres são normalmente caçados pela sua pele, que é usada para fins decorativos. Outras partes do seu corpo são utilizadas para elaboração de medicamentos tradicionais.
A reunião de Doha também debate o aumento da caça ao rinoceronte e o combate a redes criminosas envolvidas no comércio ilegal dos seus chifres em várias regiões de África e Ásia.
O número de rinocerontes no mundo cresceu de forma encorajadora na década de 90, mas rumores de que o chifre do animal teria propriedades medicinais capazes de conter células cancerosas está impulsionando o comércio ilegal.
Ecossistemas
A Assembleia-Geral da ONU declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade e o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, Achim Steiner, disse que este ano é crucial para a tomada de medidas para proteger as espécies.
A reunião da Cites, que termina dia 26 de março, vai discutir cerca de 42 propostas que refletem a preocupação internacional sobre o aceleramento da destruição de ecossistemas florestais e marinhos.
(Por Carlos Araújo, Rádio ONU, EcoAgência, 15/03/2010)