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celulose e papel aracruz/vcp/fibria
2010-03-16 | Tatianaf

Apesar de ainda depender da redução da dívida, o plano de expansão da Fibria já está traçado. O projeto, em prática a partir deste ano, prevê a construção de duas fábricas de celulose até 2016. A primeira é uma nova linha de produção na Veracel (BA), em parceria com a sueco-finlandesa Stora Enso. A segunda é a duplicação da fábrica de Três Lagoas (MS), que entrou em operação em março de 2009. Segundo o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, a direção da Fibria já aprovou o plantio de floresta nas duas regiões e aguarda apenas um aval da Stora Enso, que deve ser dado no primeiro semestre. A seguir, os principais trechos da entrevista à Agência Estado:

Desde que foi criada, a Fibria traçou como prioridade reduzir sua dívida. Quando o foco será direcionado para a expansão?
Carlos Aguiar -
Já voltamos a conversar com a Stora Enso no sentido de reiniciar os plantios para Veracel II. Antes da crise, iniciamos o plantio nas áreas nas quais já possuíamos licença (ambiental) e chegamos a iniciar o estudo de viabilidade. Mas, com a crise, paralisamos todo o processo. Agora, podemos dizer que ambas as empresas estão em situação de poder caminhar novamente.

Houve uma sinalização positiva da Stora Enso em relação à retomada do projeto?
Carlos Aguiar -
Estamos conversando sobre o assunto. Resolvido isso, o que a gente pretende que ocorra ainda no segundo trimestre de 2010, reiniciaremos o plantio onde já temos licença e vamos prosseguir com o processo de licenciamento, de modo que permita que no ano que vem a gente já aumente a área plantada. Com isso, poderíamos estar em condição de iniciar a nova fábrica em meados de 2014.

Quando será tomada a decisão sobre o investimento?
Carlos Aguiar -
Precisaríamos tomar a decisão do projeto industrial em meados de 2012. Ou seja, temos 2010 e 2011 para plantarmos e em 2012 decidiríamos sobre a fábrica.

Mas a Veracel ainda enfrenta problemas para obter novos licenciamentos na região.
Carlos Aguiar -
O negócio (pedido de licenças) está andando. O que ocorre é que "tiramos a pressão" porque não estávamos com necessidade (de acelerar o projeto). Mas na hora em que decidirmos tomar a decisão, voltaremos a conversar com os órgãos locais.

Com o impasse na Bahia, a empresa pode acelerar o projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas?
Carlos Aguiar -
A Veracel é nossa prioridade, porque já temos cerca de 35% das necessidades florestais para o projeto e podemos plantar outros 12% em 2010, com as licenças que a empresa possui. Dito isso, também aprovamos em Conselho o início da compra de terras ou o arrendamento de terras em Três Lagoas, visando à expansão da fábrica.

O projeto de expansão da unidade de Três Lagoas já está em andamento? Qual é o cronograma?
Carlos Aguiar -
Eu diria que Três Lagoas está decidido. Vamos começar a busca por terras e plantios este ano, para que a fábrica esteja apta a operar até o final de 2016. Para tanto, a decisão (sobre o investimento) precisa ser tomada em 2014. Sobre a Veracel, estamos tratando para que a expansão seja decidida o quanto antes, mas, como temos sócio, não decidimos sozinhos. Temos sinal claro do nosso sócio de que ele também quer decidir isso logo.

E os demais projetos da companhia, como a construção de uma fábrica no Rio Grande do Sul e a instalação de uma nova máquina no Espírito Santo?
Carlos Aguiar -
Temos o Projeto Losango no Rio Grande do Sul, onde já temos aproximadamente 60 mil hectares. Só que o projeto lá seria novo e custaria mais caro do que os demais, por isso é nossa terceira preferência. Ele deve entrar em operação só por volta de 2020. O projeto em Aracruz (ES) deve ocorrer apenas depois disso e dependerá da situação do mercado.

Como está o cenário atual para os fabricantes de celulose?
Carlos Aguiar -
A tendência de forte demanda na China continua em 2010, porque ainda há grandes máquinas de papel para entrar em operação. A importação mostra sinais de estabilidade, mas isso ocorre porque não há oferta de celulose. Também vemos que o mercado de papéis em geral está voltando nos EUA. O mesmo ocorre na Europa, onde já vemos a demanda de alguns clientes voltarem ao nível pré-crise.

(Agência Estado, Ultimo Segundo, 15/03/2010)


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