O Brasil plantou no ano passado 21,4 milhões de hectares com cultivos geneticamente modificados, que correspondem a 16% da produção mundial de transgênicos, segundo dados apresentados hoje em uma feira agrícola no sul do país.
Os dados fazem parte de um relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológicas (ISAAA, na sigla em inglês), segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), que participa da 11º Feira Internacional Expodireto, inaugurada hoje em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.
Segundo o relatório, o Brasil se transformou no ano passado no país com a segunda maior área cultivada com transgênicos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com 64 milhões de hectares para os cultivos transgênicos.
Os produtos transgênicos mais cultivados no Brasil são soja, milho e algodão.
"Os resultados eram esperados principalmente pelos cultivos de milho transgênico, que foram aprovados em 2008 pelo Governo e se estenderam de forma muito rápida", disse à agência Efe a diretora-executiva do CIB, Alda Lerayer.
Segundo Lerayer, "53% do milho produzido hoje no Brasil é transgênico e a tendência é a que essa produção aumente".
Lerayer destacou que os números do ISAAA são muito importantes, porque é o único organismo que recopila dados oficiais sobre os transgênicos no mundo, e isso "permite saber como acontece nos diferentes países a substituição das técnicas antigas (de cultivos) pela biotecnologia".
Gelson Melo de Lima, gerente de produção da cooperativa agropecuária Cotrijal, organizadora da feira, ressaltou que a biotecnologia se transformou em uma "grande aliada" dos agricultores brasileiros em sua tentativa de baixar os custos de produção para poder ter mais força no mercado internacional.
Na feira agrícola em Não-Me-Toque, que termina na próxima sexta-feira, 330 expositores apresentam as novidades em máquinas, tecnologia, produtos e serviços para o setor agrícola.
O presidente da feira, Nei César Mânica, disse que a expectativa é de negócios de mais de US$ 200 milhões. Participam do encontro empresários de 50 países, entre eles Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Holanda.
(Efe, Ultimo Segundo, 15/03/2010)