Área na Fazenda Barba Negra, no interior do Rio Grande do Sul, será transformada na maior reserva ambiental privada de uma empresa no Estado
Uma extensão de terra equivalente a 240 campos de futebol. Cerca de dois mil hectares repletos de vegetação nativa lar de espécies raras de animais e até mesmo de algumas em risco extinção.
A garantia de preservação desse lugar é o presente que o Rio Grande do Sul ganhará amanhã, quando a CMPC Celulose Riograndense firmará um termo de compromisso para transformar parte da Fazenda Barba Negra na maior Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de uma empresa no Estado.
A fazenda, localizada em Barra do Ribeiro, município a cerca de 40 quilômetros de Porto Alegre, tem uma área total de 10,6 mil hectares onde coexistem um moderno viveiro de mudas, um casarão do século 18, a prática da silvicultura e uma grande extensão dedicada à preservação ambiental. A convivência harmônica e rentável dos quatro componentes é um exemplo de que é possível uma empresa se desenvolver econômicamente sem abrir mão do bem-estar social e do respeito à natureza.
Ao transformar a área em uma reserva natural privada, a CMPC se compromete em desenvolver no local somente atividades turísticas, educacionais, de lazer ou para pesquisa. A Reserva Barba Negra é a primeira em âmbito estadual no Rio Grande do Sul com o processo de criação todo realizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Em 2008, com o apoio da Funatura, organização não governamental do setor ambiental, a então Aracruz Celulose estudou a fundo a fazenda. A CMPC, que assumiu a propriedade em 2009, decidiu, então, a partir desse levantamento, criar a reserva.
O passo seguinte é aguardar a elaboração pelo governo de uma estratégia para a utilização da área. Uma das exigências para a criação de uma RPPN é que haja um plano de manejo que estabeleça as regras básicas para a utilização da reserva.
A empresa avalia que existe bom potencial para instalação de trilhas educativas de observação dos ecossistemas e para firmar o local como ambiente de pesquisas biológicas. Isso permitiria ampliar os vínculos da empresa com instituições de estudo e pesquisa voltadas a conservação e recuperação ambiental.
(Zero Hora, 15/03/2010)