O pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) José Marengo, ao palestrar nesta quinta-feira (11), durante o 1º Ecomma/RS (Encontro dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente), declarou que o clima não é mais o único fator que causa os desastres naturais. Segundo ele, o crescimento urbano acelerado e sem planejamento, o aumento da pobreza, construções em áreas de risco como encostas de morro ou perto de rios, o acúmulo de lixo e a falta de estratégias e de políticas de prevenção estão entre as causas que ocasionam os desastres naturais. “Acabou o tempo em que os desastres naturais eram causados apenas pelas chuvas”, afirmou Marengo, que discorreu sobre o tema “Eventos extremos climáticos: vulnerabilidade e adaptação em escala municipal".
O pesquisador citou os desmoronamentos de morros no Rio de Janeiro e a ponte arrastada pela cheia do rio no município de Agudo (RS) como tragédias que poderiam ter sido evitadas se tivesse havido um planejamento por parte dos municípios. Para Marengo, as administrações dos municípios devem estar integradas e se preparar para os aspectos climáticos antes que eles ocorram para evitar as catástrofes que acontecem todos os anos. "Não adianta tomar providências depois
Respondendo à questão levantada por Marengo, sobre o que as cidades podem fazer sobre as mudanças climáticas, o coordenador do Programa Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente, José Vicente de Freitas, disse que é necessário radicalizar o esforço para conceber os novos parâmetros civilizatórios. “Para se chegar lá há vários tipos de lutas, tais como as institucionais e as do campo individual”, disse ele. Freitas também lembrou que a Agenda 21 é uma metodologia, um passo-a-passo de organização e mobilização local para que todos juntos façam um grande pacto para um mundo sustentável.
O projeto Amanhã Mais Feliz, coordenado por Fabio Alberto Ruppenthal, de Três Coroas, foi apresentado durante o evento que contou também entre os debatedores com o assessor especial da Secretaria Geral de Governo do RS, Alcimar Arrais, que falou sobre os órgãos de controle e sua interlocução, mediado pelo professor André Agne Domingues, representante da assessoria jurídica da Casa Civil.
(Sema, 11/03/2010)