Após vender no ano passado a fábrica de Guaíba (RS) para o grupo chileno CMPC, por US$ 1,4 bilhão, e concluir duas operações financeiras para reduzir sua dívida, a Fibria prepara uma nova venda de ativos. A empresa - criada com a união da Aracruz e da Votorantim Celulose e Papel (VCP) - estuda vender terras e suas duas fábricas de papel, como forma de reduzir mais seu ainda elevado endividamento e retomar seu plano de expansão, paralisado principalmente por causa das perdas da Aracruz com derivativos cambiais.
De acordo com o diretor de Tesouraria e Relações com Investidores da Fibria, Marcos Grodetzky, a fabricante analisa uma vasta lista de alternativas de operações para levantar os recursos necessários para reduzir o endividamento e preparar a estrutura financeira para a divulgação de seu primeiro plano de expansão.
Uma das operações analisadas está associada exatamente ao interesse de investidores por terras no Brasil. “Estudamos uma operação um pouco diferente do normal. Buscamos parcerias ou uma venda, mas associada a um arrendamento de terras e uma opção futura de compra”, disse o executivo, sem informar detalhes da sugestão proposta pela Fibria.
O negócio, que pode envolver acordos distintos com diferentes interessados, deve superar o montante envolvido no acerto entre Suzano Papel e Celulose e fundos estrangeiros, que envolveu o pagamento de R$ 311 milhões dos fundos por 50 mil hectares de terras da companhia em Minas Gerais. “Para viabilizarmos o crescimento da companhia sem causar ônus no balanço, é preciso que a operação seja algo maior”, disse Grodetzky. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Agência Estado, 15/03/2010)