(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
terremotos
2010-03-12 | Tatianaf

Enviado especial de Zero Hora acompanhou em Valparaíso a cerimônia que marcou a chegada de Sebastián Piñera à presidência do Chile, em meio a fortes e assustadores terremotos e a um novo alerta de tsunamiForças das profundezas quase impediram a posse do novo presidente do Chile, Sebastián Piñera.

O empresário de 60 anos de idade se preparava para colocar a faixa presidencial quando cinco réplicas do terremoto do dia 27 de fevereiro atingiram a cidade de Valparaíso – onde ocorria a cerimônia de troca de mando no país. Um dos tremores alcançou 6,9 graus na escala Richter, segundo sismólogos (inicialmente, chegou-se a falar em 7,2).

As trepidações se sucederam em intervalos de 15 minutos, a partir das 11h45min, e sacudiram o prédio do Congresso. Mesmo os chilenos ficaram assustados. O presidente boliviano, Evo Morales, já acostumado com esse tipo de problema, olhou para cima e sorriu. Já o seu colega paraguaio, Fernando Lugo, não escondeu um olhar assustado, já que sismos não acontecem no Paraguai – tremores políticos, sim, mas não terremotos gerados no coração da terra.

Até o calejado Piñera – um magnata com fortuna estimada em US$ 1 bilhão, dono da emissora de TV Chilevisión e um dos proprietários da companhia aérea Lan e do time de futebol Colo-Colo – escapou de fininho. Antecipou em 10 minutos o fim da solenidade de colocação da faixa presidencial e, por volta das 12h30min, deixou a sede do Congresso chileno, onde ocorria a posse. Foi a senha para que centenas de policiais começassem a evacuar o prédio. Uma correria, ordenada, mas correria...

O primeiro tremor durou cerca de um minuto, e as pessoas tiveram dificuldade de se manter em pé. Alguns deixaram o prédio, de 11 andares, outras buscaram abrigo junto a portas. A maioria ficou. Depois de algumas pequenas tremidas, ocorreu um grande tremor, por volta das 12h15min. O prédio parecia um navio em alto-mar, deixando as pessoas com enjoo. Chacoalhou. Era possível ver as paredes se mexendo, mas nada veio abaixo. Algumas pessoas correram, outras se abraçaram, especialmente estrangeiros. Um jornalista paraguaio, ao lado da equipe de Zero Hora, começou a dizer palavrões. A maioria dos chilenos disfarçou o temor, com o sorriso conformado dos que estão acostumados ao fenômeno.

Estrada ficou engarrafada
Os telefones deixaram de funcionar por algum tempo, tanto celulares como fixos. Por algum capricho tecnológico, os computadores tremeram, mas a internet não caiu. Foi a senha para que a imprensa de vários pontos do planeta (inclusive da China), presente no evento, disparasse notícias pelos notebooks, transformando em má notícia mundial aquilo que era para ser um momento de festa no Chile.

Sirenes começaram a tocar. Em seguida, navios soaram suas fortes buzinas. Estrangeiros presentes ficaram sabendo, por meio de mímica, que era um alerta de tsunami. Valparaíso é um porto, e o edifício do Congresso fica a 300 metros do mar. Traumatizadas pelo terremoto e pelo tsunami de 27 de fevereiro (há quase 500 mortos confirmados), as autoridades chilenas preferiram não dar margem a dúvidas: estenderam o alerta para todas as cidades costeiras do país – incluindo Valparaíso.

Foi um espetáculo triste. Mulheres de vestido longo e homens engravatados se abraçavam, preocupados, correndo pelas ruas. Servidores do Congresso, com megafones, mandavam esvaziar o prédio. Outros edifícios também foram evacuados.

Logo se formou um engarrafamento na subida de Valparaíso e da vizinha Viña del Mar em direção a Santiago. A freeway de 155 quilômetros que liga o litoral chileno à capital ficou entupida de carros. Donos de caminhonetes encheram a caçamba de víveres ou eletrodomésticos. Os menos assustados subiram alguns quilômetros e se refugiaram em cima de colinas. A mesma cena aconteceu nas cidades costeiras situadas mais ao sul, como Concepción e Constitución.

O tsunami não aconteceu, mas o alerta persistiu durante toda a tarde de ontem. Gradualmente, a romaria de automóveis começou a voltar para suas cidades de origem. A terra continuou a tremer durante a quinta-feira inteira. Na memória, inclusive dos europeus presentes à posse de Piñera, ficou um grande susto. Não havia até ontem à noite registro de mortos devido aos novos tremores, mas as cidades de Rancagua e Bucalemu, especialmente, sofreram danos. Pouco para os calejados padrões chilenos. Muito para quem, como a equipe de ZH, nunca tinha passado por experiência semelhante.

(Por Humberto Trezzi, Zero Hora, 12/03/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -