A Eldorado Celulose e Papel deve aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) de Três Lagoas em nada menos que 200%. A estimativa foi apresentada no fórum sócio-ambiental, promovido pelo empreendimento, na noite de terça-feira (9), no Sebrae. De acordo com José Antonio Caveanha, o PIB do Município deverá dobrar após o funcionamento do empreendimento.
“A arrecadação de Três Lagoas triplicou com a vinda da Fibria, agora deverá dobrar com a Eldorado. Estamos falando em aumento no poder aquisitivo da população”, explicou. A projeção do empreendimento é de R$ 30 milhões ao mês, apenas em encargos.
O projeto bilionário foi anunciado no ano passado. Trata-se de um investimento de R$ 3 bilhões na construção daquela que promete ser a maior indústria de celulose e que fará de Três Lagoas a capital da celulose no prazo de três anos – somados ao volume de produção da Fíbria, serão mais de dois milhões de toneladas de celulose ao ano.
“A previsão é de 1,5 milhão de tonelada de celulose produzidas ao ano, o equivalente a 4,5 mil toneladas ao dia. Apenas para que se tenha uma base, a produção será em torno de 15% superior ao que a Fíbria produz hoje”, explicou Caveanha.
O empreendimento será implantado na fazenda Santa Vera, situada no km 231 da BR-158 (entre Três Lagoas e Selvíria), que agora será chamada Fazenda Eldorado. São 900 hectares, sendo 300 hectares de área destinada para a construção da unidade. Na área também são previstos um ramal ferroviário de quatro quilômetros, um cais de atracação e rede de transmissão.
No dia 16 de dezembro, o empreendimento conseguiu a licença prévia de instalação. Agora, a espera é para a liberação da licença de instalação, que permitirá a empresa a dar o ponta pé inicial na obra. “A previsão é que o trabalho de terraplanagem seja iniciado quatro meses após a liberação da licença”.
O diretor estima que o período de construção dure de 20 a 24 meses e que a indústria comece a operar até o fim de 2012. A estimativa é que a empresa gere até oito mil postos de trabalho no processo de construção e dois mil em operação, sendo 800 na fábrica e 1,2 mil no plantio florestal.
Conforme Caveanha, a empresa ainda estuda a forma de escoamento da produção. São três alternativas previstas, todas vias transporte hidro ferroviário.
(Por Renata Prandini, JPTL, 11/03/2010)