A destinação correta do lixo eletrônico é uma preocupação mundial. Segundo estudo realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), aproximadamente 40 milhões de toneladas desse tipo de resíduos são geradas por ano em todo o mundo. Hoje, o Brasil é o mercado emergente que produz o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. A maioria dos países, no entanto, não tem estratégias para lidar com o problema e as pessoas não sabem onde descartar esses materiais.
A situação não é diferente na região. Em Santa Cruz do Sul, por exemplo, é cada vez mais comum encontrar eletroeletrônicos pelas ruas. Recentemente, um fogão a gás foi deixado na Rua Assis Brasil e um forno de micro-ondas acabou abandonado em uma das lixeiras da Marechal Floriano. A Conesul, empresa responsável pelo recolhimento de lixo no município, não pega esse tipo de material, segundo o gerente Ricardo Muradas. “Os caminhões coletam apenas resíduos domiciliares.”
O secretário executivo de Meio Ambiente e Saneamento, José Francisco Antunes, destaca que hoje o município não tem uma resposta definitiva para o problema. Ele explica que a Prefeitura está com um projeto para construção de um pavilhão de 2,6 mil metros quadrados no Bairro Dona Carlota, onde serão recebidos diversos tipos de materiais. No local, poderá ser feita a triagem de lixo seco e a destinação correta de pneus, lâmpadas e baterias, por exemplo. No entanto, a questão do lixo eletrônico ainda é uma preocupação. “Estamos negociando para achar um fim adequado para esse material.” Segundo explica, hoje muitas empresas encaminham esses resíduos para países da Ásia e da África.
A secretária de Assistência Social de Santa Cruz do Sul, Núbia Bruch, lembra que muitos materiais que não servem para algumas famílias podem ser úteis para outras. Segundo explica, a secretaria realiza o recolhimento de móveis e eletrodomésticos para doação aos mais pobres. As pessoas interessadas em ajudar podem ligar para o 3715 1895. No entanto, Núbia destaca que somente são aceitos materiais em condições de uso e que realmente podem ser aproveitados. “As pessoas precisam ter consciência e não somente querer se livrar do problema e empurrá-lo para outra família”, alerta.
(Por Michelle Treichel, Gazeta do Sul, 11/03/2010)