Os cerca de 350 trabalhadores da antiga empresa da CMPC (antiga Melhoramentos), na cidade de Mogi das Cruzes (SP), entraram em greve na manhã desta quarta-feira, dia 10, às 6 horas. A paralisação é em protesto contra a intenção da empresa de origem chilena de usar alguns artifícios para reduzir salários.
Na última sexta-feira, 05/03, representantes da CMPC apresentaram aos trabalhadores a proposta de redução de custo que previa 38 demissões e 38 novas contratações. Os novos contratados passariam a receber o piso salarial. A proposta previa também a criação de cargos diferenciados, o que significaria a mudança de função de muitos trabalhadores, mas sem qualquer aumento salarial.
A proposta provocou uma grande revolta entre os funcionários. Por isso, a CMPC refez a proposta, recuando no número de demissões que passaria a ser de 18 e cinco extinções de cargo e 13 novas contratações com pagamento do piso salarial.
A intenção da categoria era a de paralisar ontem mesmo as atividades em repúdio à proposta. O Sindicato, entretanto, decidiu realizar assembléias com a turma que entrava ontem às 22 horas e com os que saíam no mesmo horário. Os dois turnos decidiram pela greve, decisão que foi confirmada pela turma que entraria hoje às 6 horas.
A CMPC está mantendo o pessoal do turno das 22 horas dentro da empresa, o que levou o Sindicato dos Papeleiros de Mogi das Cruzes e Região a emitir um documento ao Ministério do Trabalho denunciando o excesso de jornada.
Diante do impasse e da dificuldade da empresa negociar, foi apresentada uma contraproposta de estabilidade por seis meses para todos os trabalhadores. Caso a empresa responda afirmativamente, a greve será suspensa.
(CNQ-CUT, Mundo Sindical, 10/03/2010)