Relator da Comissão Especial que pretende derrubar o Código Florestal brasileiro, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) participou de um bate-papo virtual na manhã desta quarta-feira. A conversa, organizada pelo site da Câmara dos Deputados, durou cerca de duas horas.
Durante os 120 minutos que ficou online, Aldo reclamou da fiscalização dos órgãos ambientais, criticou a atuação do Ministério Público e afirmou que “a regra tem sido a proibição de tudo e a punição de qualquer atividade”. Ele só não contou que, no último ano, apenas 5% do valor das multas que o Ibama soltou por crimes ambientais foi quitado. E que a bagunça fundiária que permanece no Brasil impossibilita a identificação e punição da enorme maioria dos que estão fora da lei.
O deputado também garantiu que as propostas que a comissão está matutando são uma beleza para o meio ambiente. “O principal objetivo da reformulação do Código Florestal é preservar a natureza”, assegurou. Um dos principais pontos da reforma proposta, no entanto, é o da diminuição da reserva legal na Amazônia de 80% para 50%. Ou seja, se a regra vingasse, metade das propriedades poderia ser desmatada.
Para terminar, Aldo minimizou a contribuição do Brasil nas emissões de gases estufa e dissociou o agronegócio das queimadas, duas coisas que andam coladas na Amazônia. “As emissões brasileiras são muito pequenas e as queimadas são as principais atividades responsáveis pelas emissões brasileiras. Não creio que o boi tenha papel de vilão nesse episódio, mas sim a derrubada de florestas e o uso inadequado do solo”. Ah, bom.
(Blog do Greenpeace, 10/03/2010)